O Livreiro de Cabul
Veronika Decide Morrer
Crombie - porenquanto
Trata-se do Megafônicos, um blog que traz resenhas musicais, artigos, além de disponibilizar para download uma pá de banda nova que está surgindo pelo Brasil.
Um bom exemplo é o Crombie, uma turma que mistura ecologia ao mesmo tempo em que fala de Deus com muita poesia. Para conferir o que estou falando, basta ouvir Sobre o tempo, uma belíssima canção com versos singelos e verdadeiros.
Quanto ao estilo dos caras, eles fazem uma mistura de bossa nova, indie, moda de viola e MPB... Pois é, é algo bem diferente e meio que difícil de rotular. Ainda bem. Estou um tanto cansado dos rótulos.
Para baixar, clique aqui. O download é gratuito e legal.
Eduardo Mano - Esperança EP
Os homens que não amavam as mulheres
Julie e Julia
Tá Rindo de Quê?
Doutor Jivago
Um dos grandes vencedores do Festival: 4 prêmios RED!
Assistam e comentem!
O melhor site para postar seus vídeos
Novo visual
Depois de 3 anos com um visual bem fiel ao Blogger, resolvi dar meu grito de independência, alterando o template. Ainda está em fase de testes, já que posso pensar em outros templates, mas por enquanto é esse aí.
Gostou? Não gostou? Comente e dê sugestões!
Um "Oscar" para chamar de meu
Pulp Fiction - Tempo de Violência
Fringe - o criador de Lost acertou de novo
Ainda faço um filme…
Conforme o tempo passa, a gente vai ficando mais cético em relação àquilo em que acreditávamos quando crianças. Eu, por exemplo, sempre sonhei em ser cineasta. É algo que acalento há vários anos, desde que me conheci por gente e descobri o cinema, esta arte tão fascinante. Todos aqueles filmes no Corujão (O Clube dos Cinco, Depois de Horas, Alta Sociedade, Matar ou Morrer – cujo cartaz estampa este post), o advento do videocassete e depois do DVD, tudo isso foi fazendo parte da minha vida de tal maneira que uma paixão duradoura tomou forma.
Apesar disso, nunca ingressei em uma faculdade de cinema, nem me aventurei em produzir qualquer coisa que pudesse classificar como filme. O sonho continua, e toma força com a internet democratizando a produção cultural de tal maneira que qualquer um pode hoje produzir um filme e colocá-lo à disposição de todos em sites como o You Tube.
Mas ainda tenho receio de colocar ideias no vídeo e o resultado ser desastroso, como acontece com a maioria dos aventureiros. Não dá para fazer qualquer coisa e jogar aos olhos do público.
Enquanto o sonho não chega (ou a faculdade de cinema não chega em Sergipe), vou seguindo com meu blog, postando meus pensamentos sobre os filmes que amo – ou que odeio.
Mas há de chegar o dia em que meu nome estará creditado em um filme como: “Dirigido por…” Ah, que sonho!
Crie você mesmo suas tirinhas em quadrinhos
Os Produtores
Publicar um livro sem dinheiro? É possível!
Quanto à divulgação da obra, depende de cada autor, através de ferramentas que estão disponíveis na web, como blogs, fóruns e comunidade em redes sociais, como Orkut, Facebook, Hi5, etc.
Eu achei a ideia brilhante e muito relevante, em um tempo em que cada vez mais as barreiras que impediam a divulgação de quem não era famoso estão caindo por terra, criando uma nova era para a produção cultural.
Quanto a meus livros de histórias infantis, já vou começar a diagramar e colocar as ilustrações, para então publicar neste site que presta um serviço revolucionário!
Tinha que ser você
Mas ainda estou falando do trailer. Acabei de assistir ao filme e todas as expectativas foram preenchidas. Trata-se de um drama romântico sobre Harvey Shine, um pai e músico frustrado que ganha a vida compondo jingles publicitários, e Kate Walker, funcionária pública solteirona que já passou dos 40 e vive solitária, em uma espécie de clausura amorosa. Harvey vai à Inglaterra para o casamento de sua filha; embora seja o pai, ele não convive com ela há anos, e ela prefere que o padrasto a leve ao altar. Temos aí o cenário perfeito para um encontro entre duas pessoas precisando desesperadamente de amor, e que sabem que suas chances para encontrá-lo definitivamente estão acabando.
Com uma trilha sonora muito boa, e uma fotografia excelente (as tomadas ao ar livre de Londres são deslumbrantes), este é um filme irresistível, leve e agradável, que tem todos os ingredientes necessários para fazê-lo durar por muito tempo na lembrança.
Tem Alguém Aí?
Edward (Bill Milner, de O Filho de Rambow) é o menino, que mora com os pais em uma casa que recebe idosos. O negócio dos pais faz com que eles não tenham tempo para o filho, que cresce solitário e sem amigos. Obcecado por fantasmas, Edward pensa apenas na morte. Até que a casa recebe um novo hóspede, Clarence (Michael Caine), um mágico aposentado apaixonado pela vida, embora desiludido por ela. Os dois criam um relacionamento muito bonito, que se torna o mote central do filme.
A atuação de Michael Caine é extraordinária. Seu Clarence está longe de ser caricaturesco, apelativo. A emoção retratada por ele é palpável, sem se prender a estereótipos. Clarence não percebe a senilidade chegando, e quando se depara com a realidade, sabe que não tem muito tempo para se arrepender e encontrar redenção pelos erros do passado. A amizade com Edward é uma segunda chance para o mágico, que vê no garoto seu último sopro de vida.
O uso da antítese vida/morte é muito bem trabalhado no filme, que em momento algum resvala no melodrama, e ainda assim é capaz de arrancar lágrimas nos mais sensíveis.
No final, fica a certeza de que a vida é digna de ser vivida, e que é melhor começarmos de novo enquanto ainda há tempo.
Watchmen
Mas falando do filme, Zack Snider fez um trabalho primoroso, incrivelmente fiel à obra original, respeitando falas clássicas da graphic novel, reproduzindo com exatidão religiosa os cenários (estão lá o restaurante Gunga Diner, a banca de jornais e até o hidrante) e criando um clima de tensão e violência sem parecer apelativo. Mesmo alterando dramaticamente o clímax, não dá pra sair da sessão desapontado, pois a alteração faz todo sentido se observarmos o filme como um todo. No fim, fica a sensação de que assistimos um dos melhores - se não o melhor - filmes de super-heróis de todos os tempos. Digo um dos melhores, porque a comparação com O Cavaleiro das Trevas é algo muito difícil de fazer.
Gran Torino
"Cara, você tem que ver Gran Torino."
"É sobre um carro?"
"É... Acho que sim."
"O Gran Torino então passa a ser o catalisador de uma mudança genuína no tal velhote, que começa como um rabugento e termina um altruísta autêntico."
"É isso mesmo, mas quanto ao lance do altruísmo, na verdade o cara sempre foi altruísta, mas estava enferrujado. Amor e afeto também enferrujam dentro de nós se não cuidarmos."
"É verdade..."
"Mas voltando ao assunto..."
"Do carro ou do filme?"
"Mas se carro e filme, nesse caso, se confundem!"
"Então, tá."
"Você tem que ver este filme, meu. É um dos três melhores filmes do Clint Eastwood, e um dos cinco filmaços de 2008."
"Vou já para a locadora!"
Vem aí: O Fantástico Sr. Raposo, de Wes Anderson
Na história, Boque criava galinhas, Bunco criava patos e gansos, enquanto Bino criava perus e plantava maçãs. Mas na mesma floresta vive o Seu Raposo (ou Mr. Fox no original, dublado no filme por George Clooney), que não consegue ficar longe das aves dos vizinhos... Até que eles resolvem juntar seus esforços para impedir o faminto larápio, com direito a bombas e perseguições subterrâneas.
No Brasil, o filme será lançado pela Fox em 4 de dezembro. E eu mal posso esperar.
Akinator: ele adivinha tudo!
Claro que às vezes ele erra, mas isso se deve ao fato de o site não ter em seu banco de dados o nome de todos os personagens existentes. Ainda assim, a capacidade de armazenamento de nomes e características do jogo é impressionante.
Comigo, ele acertou Max Lucado (escritor) e Scarlett O'Hara (aquela de ...E o Vento Levou), mas não conseguiu acertar Caspian (As Crônicas de Nárnia) nem Jean Grey (dos X-Men).
É diversão garantida e o difícil é adivinhar que horas você vai conseguir parar de brincar!
O Filho de Rambow
Homenagens para todos!
Um Ato de Liberdade
Mas o que me deixa surpreso é que mesmo depois de tantos filmes, uns bons outros péssimos, os produtores, roteiristas e diretores ainda encontram novas histórias, relatos nunca filmados, testemunhos inéditos sobre heróis e pessoas comuns que viveram para contar suas experiências com a guerra.
Um Ato de Liberdade (Defiance), do diretor Edward Zwick (Diamante de Sangue, O Último Samurai), conta uma dessas histórias, ocorrida na Bielo-Rússia (hoje chamada de Belarus) invadida pelas tropas de Hitler. O filme relata como os irmãos Bielski conseguiram salvar mais de 1200 judeus da morte ao se esconderem nas fechadas florestas daquele país. Eles construíram casas, escola, hospital e até uma creche na floresta, enquanto aguardavam a guerra terminar e poderem retomar suas vidas. É um bom filme, que conta com um elenco interessante e muito afinado: Daniel Craig (o novo James Bond em uma atuação marcante), Liev Schreiber (que esteve em Sob o Domínio do Mal) e Jamie Bell (Billy Eliott).
Rio Congelado
Ray Eddy (Melissa Leo, indicada ao Oscar 2009) é uma heroína fora dos padrões do que se espera de uma protagonista. É pobre, trabalha em uma loja que não lhe dá oportunidade de crescer, e para piorar é casada com um viciado em apostas que fugiu de casa uma semana antes do natal e levou todo o dinheiro que ela havia juntado para comprar a tão sonhada casa pré-fabricada e poder dar uma vida mais digna aos dois filhos.
Dentro da reserva Mohawk, Lila Littlewolf (a excelente Misty Upham) é uma jovem mãe que teve seu único filho tomado de si pela ex-sogra, e agora vive em um trabalho medíocre, lutando para conseguir seu menino de volta. Quando surge a oportunidade, ela também transporta clandestinamente imigrantes para dentro dos EUA através da imensa reserva indígena, uma área não vigiada e cortada por um rio que no invervo fica inteiramente congelado, possibilitando travessias perigosas e criminosas como estas.
O modo como essas duas mulheres se encontram e desenvolvem uma discreta relação de cumplicidade é o mote central deste filme que é uma verdadeira pérola para quem está em busca de emoções genuínas e paisagens diferenciadas, longe dos grandes centros urbanos. Um retrato de um mundo desconhecido como este merece ser visto e visitado, ainda que apenas através da câmera da diretora Courtney Hunt, em sua estreia no cinema. Uma estreia bastante promissora, devo dizer.
O Guia do Mochileiro das Galáxias
Quando eu li o livro, por várias vezes me peguei rindo sozinho em lugares públicos, influenciado pelo texto irônico e ágil usado por Adams para contar a história de um inglês comum chamado Arthur Dent, às voltas com a iminente demolição de sua casa. É que um desvio será construído e passa justamente pela sua humilde residência. Mas essa será a menor de suas preocupações, já que o próprio planeta Terra está para ser demolido por uma raça de burocratas alieníginas chamados de Vogons. Tudo para construir um desvio intergaláctico.
Graças à amizade que fez com um alienígina chamado Ford, Arthur consegue escapar e passa a ser o último homem vivo do universo. A partir daí, ele viverá uma sucessão de aventuras (e desventuras) no imenso espaço, sendo conduzido por um livro chamado de Guia do Mochileiro das Galáxias.
Cheio de situações absurdas e com um roteiro rápido e esperto, O Guia se mostra uma comédia acima do padrão médio dos outros exemplares feitos nos EUA e alcança o status de cult, que mistura ficção científica, filosofia, religião, política e toalhas (sim, toalhas) em único e excelente filme.
Apesar de tudo isso, eu não recomendaria a obra para qualquer pessoa. Isso porque não é um filme de fácil compreensão para quem está acostumado com a profusão de paródias e comédias românticas descartáveis cuspidas nos cinemas todos os anos. Se sua comédia favorita é Todo Mundo em Pânico ou As Branquelas, passe longe deste filme. Você não vai gostar. Acredite em mim.
Um compositor em estase
Mas agora mesmo tenho em mim um anseio de fazer algo. Mas estou em uma etapa da minha vida que se assemelha àqueles filmes de ficção científica, onde alguém é congelado para anos depois ser despertado para iniciar uma nova vida. Esse estágio de congelamento é chamado de estase. Vejo-me em um momento assim. Sou um compositor em estase, como se minha criatividade estivesse aguardando o momento certo de criar algo, de musicalizar o que sinto, o que tenho vivido, o que quero viver.
Coisas me vêm à mente... palavras, sensações, perfumes, tons. Sei que cedo ou tarde a canção virá. Enquanto não vem, deixo uma das minhas canções favoritas:
Só o amor ficará
Já passei da morte, alcancei a vida
Porque aprendi o que é o amor
Se a gente ama, fica fácil ser feliz
Conhecer a Deus é viver o amor
O homem fere, trai e ainda ri
Mas o amor transforma e restaura
Ainda que eu falasse dos homens a linguagem
Se eu entendesse o bate papo dos anjos
Se eu profetizasse
Se os dons se manifestassem
Não passariam de leves folhas de outono
Mas se a Cristo eu me entregar
O amor se manifestará
Que passe a fé e a esperança
No final só o amor ficará
No final só o amor ficará
O Fazendeiro e Deus
E é no belo país da África do Sul que Angus tem um encontro tremendo com Deus, que o faz repensar todo o seu caráter e transformar toda a sua vida. Milagres começam a acontecer em sua fazenda e ele resolve contar as bênçãos a todas as pessoas, tornando-se um pregador da Palavra que já percorreu todo o continente africano e outras partes do mundo.
Com uma fé simples mas eficiente, exatamente como deve ser a fé, Angus mostra como alguém pode fazer a diferença simplesmente crendo em Deus e entregando seu destino a ele. Permeado por tragédias e alegrias, fracassos e sucessos, Angus Buchan e sua família nos ensinam que o segredo de uma vida feliz é a total - e por vezes louca - confiança em Deus.
Lucas Souza - Cidade do Amor
Notícias sobre Mianmar
Como resultado de sua luta, Aung San Suu Kyi foi premiada com o Nobel da paz em 1991.
Notícias recentes informam que, prestes a ser liberta de seu cárcere, Suu Kyi poderá ser presa novamente, acusada de "hospedar um estrangeiro em sua casa", onde se encontra presa. Tal atitude constitui-se em crime naquele país. Se for considerada culpada, a líder da oposição Mianmarense poderá ser condenada a mais cinco anos de prisão, o que a impedirá de concorrer nas eleições previstas para 2010. Isso acontece a 12 dias do fim do cumprimento de sua pena, o que mostra um endurecimento da Junta Militar governante em relação a prisioneiros políticos, dentre eles estando Suu Kyi. O blog Mundorama tem um artigo completo a este respeito.
Para tentar contornar a situação, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse ontem que transmitiria ao governo do país a preocupação internacional sobre a situação da líder opositora. Segundo a agência de notícias EFE, Ki-moon fez as declarações em sua chegada ao Japão, onde permanecerá até a próxima quinta-feira, antes de voar para Yangun para tratar com as autoridade do país sobre a prisão de Aung.
Fica a minha preocupação com esta situação, já que quanto pior for o endurecimento do governo militar naquele país, pior fica a situação para a Igreja ali localizada, há muito tempo perseguida e impedida de exercer sua fé.
Esta pausa nas resenhas cinematográficas deste blog se dá devido a um sentimento de amor que adquiri depois de assistir ao filme citado acima e já mencionado aqui. Minhas orações se encontram neste momento a este país. Ore você também sobre isso.
Vem aí: Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton
Aproveitando, o jornal também divulgou a sinopse: Alice (Mia Wasikowska), ao 17 anos, vai a uma festa vitoriana e descobre que está prestes a ser pedida em casamento perante centenas de socialites. Ela então foge, seguindo um coelho branco, e vai parar no País das Maravilhas, um local que ela visitou há dez anos mas não se lembrava.
Alice no País das Maravilhas é, ao lado de Frankenweenie, um dos dois projetos do diretor com o Walt Disney Studios que serão exibidos em 3D. Mia Wasikowska, Johnny Depp, Alan Rickman, Matt Lucas, Michael Sheen, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Christopher Lee e Eleanor Tomlinson formam o elenco. O filme estréia em 5 de março de 2010.
Onde eu compro o ingresso?
Era uma vez...
O cinema feito no Brasil nos últimos 10 anos tem retratado com bastante frequência a realidade das favelas urbanas. Desde que Fernando Meirelles colocou esses aglomerados de casas humildes e barracos no mapa cinematográfico mundial com Cidade de Deus todo cineasta quer ter sua fatia de "contribuição" na divulgação de uma comunidade muito diferente do que se vê no asfalto, com leis e até um sistema financeiro e moral próprios. De Cacá Diegues (Orfeu e O Maior Amor do Mundo) a Bruno Barreto (no criticado Última Parada: 174), filmar no morro virou moda. Mas não dá para dizer que isso é algo negativo, uma vez que a favela faz parte da vida de todo mundo que mora em uma grande cidade, direta ou indiretamente. Isso ficou bem claro no fenômeno pop Tropa de Elite, que mostra jovens de classe média usuários das drogas que são vendidas pelos traficantes, que consequentemente abastecem seu arsenal com o dinheiro das vendas. Não tem como escapar dessa realidade.
Mas mesmo com tal proximidade tão clara ainda permanece um distanciamento latente entre os moradores do asfalto e as comunidades do morro (note que quem mora no asfalto é "morador", mas quem vive na favela é "comunidade"). Este afastamento é o que move a história de Era Uma Vez..., novo filme de Breno Silveira (Dois Filhos de Francisco). Dé (Thiago Martins) é um jovem morador do Morro do Cantagalo que trabalha em um quiosque na praia de Ipanema. Em frente ao quiosque vive Nina (a estreante Vitória Frate), uma menina órfã de mãe que está precisando de uma razão para viver. Há tempo que Dé observa Nina quando ela aparece na janela de seu imenso apartamento. Numa dessas situações tramadas pelo destino, os dois acabam se conhecendo e se apaixonando.
Mas o filme, assim como a vida, não traz soluções fáceis nem finais felizes. Afinal, o que se tem nesta trama é uma espécie de Romeu e Julieta no Rio de Janeiro, uma cidade que se encontra partida, dividida, rachada. À medida que os minutos passam o espectador vai percebendo que não terá seu final hollywoodiano, cheio de saídas e salvações de última hora. E a obra de Breno Silveira vai se mostrando consistente, verossímil, uma história de amor tocante e trágica, mas acima de tudo, uma mensagem da necessidade urgente do nascimento de uma sociedade mais justa, tolerante e que ofereça oportunidades a todos, sejam do morro ou do asfalto.
A Troca
Clint Eastwood já escreveu seu o nome na história do cinema como ator em filmes como Dirty Harry na Lista Negra e As Pontes de Madison. Como diretor, entretanto, ele se destacou ainda mais, ao realizar alguns dos filmes americanos mais importantes das últimas duas décadas. São dele, por exemplo, o já mencionado As Pontes de Madison, o clássico do western Os Imperdoáveis, o drama de boxe e eutanásia Menina de Ouro e os recentes libelos contra a guerra A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima.
São muitos filmes marcantes e de temáticas variadas. Este A Troca, estrelado por uma Angelina Jolie em sintonia com sua personagem, não poderia deixar de ser igualmente emocionante. Ao contar a história de uma mãe solteira (Christine Collins) que em plena década de 20 tem seu único filho misteriosamente desaparecido e empreende uma busca incansável para revê-lo, Eastwood insere definitivamente seu nome no panteão dos maiores cineastas da história.
O drama, que vai muito além do caso de desaparecimento ao revelar a corrupção do departamento de polícia de Los Angeles, tem momentos inesquecíveis, como o devastador momento em que é revelado tudo o que poderia ter acontecido com o filho de Christine Collins. Com um clima de filme noir "ensolarado" (podendo ser comparado ao clássico Los Angeles - Cidade Proibida), o diretor arrebata a audiência de tal maneira que nem percebemos que ao final da projeção mais de duas horas se passaram.
Filmaço que merecia muito mais do que aplausos. Merecia Oscar.
Wall-E
Quando um filme futurista feito em animação sobre um robô solitário em um planeta Terra abandonado sem quase nenhuma fala com exceção dos ruídos robóticos traz lágrimas aos olhos do espectador, é bom prestar atenção a ele. Wall-E(EUA, 2008), o novo filme da extraordinária Pixar Animation Studios, é assim. Uma pequena obra-prima feita por um estúdio que simplesmente não consegue fazer filme ruim.
Wall-E é uma unidade robótica dentre milhares iguais a ele que foi deixada na Terra para limpá-la de todo o lixo acumulado por milhares de anos enquanto os seres humanos descansam em naves gigantescas até que a limpeza esteja concluída. Acontece que o que deveria durar cinco anos, acaba durando 700 anos! Gerações e gerações de pessoas já vieram e se foram, e a limpeza ainda não acabou. De todos os robôs-faxineiros, apenas nosso herói restou. E se tornou um robozinho fascinado pela raça humana, pelos musicais e pelos objetos que nós deixamos aqui. A rotina de Wall-E é recolher o lixo, compactá-lo e empilhá-lo em pilhas gigantescas. O dia a dia dele vai correndo normalmente, até que uma nave chega à Terra e deixa uma robozinha chamada EVA, cuja diretriz é um mistério para o espectador (não se preocupe, não vou estragar o mistério aqui). Wall-E se apaixona imediatamente por EVA, e começamos a testemunhar uma das maiores histórias de amor do cinema em todos os tempos. É sério!
Cheio de aventura, humor e homenagens aos velhos filmes mudos dos primórdios do cinema, este é um filme para ver, rever e nunca se cansar de se emocionar.
Trata-se do melhor filme da Pixar desde Procurando Nemo, e sem dúvida um dos melhores filmes de 2008. Imperdível!
As Crônicas de Nárnia: um conto sobre redenção, morte e ressurreição – parte 1
Quando C.S. Lewis, renomado escritor irlandês cristão, decidiu escrever uma história de fantasia, encontrou uma forte reação contrária da parte de um de seus melhores amigos: ninguém menos que o autor da trilogia O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien. O fato é que Lewis queria ensinar os fundamentos bíblicos elementares a sua sobrinha, Lucy. Mas ele também queria registrar sua contribuição para um dos gêneros literários mais presentes na literatura britânica: o conto de fadas. Mas no fim, acabou fazendo muito mais do que queria. Ao conceber O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e todo o mundo mágico de Nárnia, Lewis acabou estabelecendo padrões para essa literatura que têm sido seguidos por todos os escritores que vieram depois dele.
O livro, lançado em 1950, fez tanto sucesso que Lewis decidiu contar todas as histórias que imaginava envolvendo Nárnia e seu leão-Deus, Aslam. Depois de sete livros, idas e vindas no reino mágico, na Calormânia, no Bosque Entre Mundos e em tantos outros lugares, estavam concluídas As Crônicas de Nárnia. O fascínio que tais obras exercem até hoje em crianças de todas as idades, dos 8 aos 80 anos, é crescente e tomou um fôlego ainda maior quando a Walden Media e a Disney lançaram a adaptação cinematográfica de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Os fãs e admiradores de C.S. Lewis puderam finalmente ver realizado o sonho de visualizar em outra dimensão além da imaginação todo o universo que embalou seus sonhos durante anos.
O filme conseguiu captar a essência do que de fato trata o livro. Afinal, As Crônicas de Nárnia não são meras aventuras juvenis, nem simples contos de fadas tradicionais. São na verdade histórias que ensinam de modo claro todo o processo pelo qual Jesus passou para a redenção da humanidade. A obra traz várias figuras facilmente identificáveis que se relacionam com a morte, ressurreição e ascensão de Cristo.
E não só isso, mas a história também remete à vida do próprio seguidor de Cristo, o distanciamento ocasional seguido da aproximação repentina, a busca por uma comunhão maior com Deus, a necessidade que o cristão sente da presença do Senhor e muitas outras coisas.
Tais figuras se fazem presente nas sete crônicas e cada livro completa o outro, formando todos eles um verdadeiro panorama do plano de Deus para o homem. É nessa estratégia didática que reside a genialidade de C.S. Lewis; ele conseguiu fazer da literatura fantástica algo muito mais interessante e educativo do que qualquer aula de escola dominical, sem se afastar dos princípios básicos do cristianismo.
Logo na abertura de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, encontramos os quatro irmãos Pevensie, centrais da trama: Susana, Pedro, Edmundo e Lúcia. Em pleno auge da 2ª Guerra Mundial, os protagonistas vivenciam os bombardeios nazistas em Londres, e desde cedo já experimentam os horrores da guerra. Para fugirem de um destino trágico, eles são enviados por sua mãe ao interior, como parte de uma estratégia do governo britânico para salvar da morte o maior número de crianças. Ao chegar no casarão que os abriga, são recebidos pela governanta do lugar; o dono da casa, um misterioso professor Digory Kirke, quase não é visto. Mal sabem as crianças que ele guarda um segredo maravilhoso sobre sua infância.
Em um dia chuvoso, os irmãos decidem brincar de esconde-esconde dentro do casarão. Lúcia, a mais nova, se esconde em um estranho guarda-roupa, cheio de casacos. Ao adentrar mais e mais para melhor se esconder, ela descobre que o móvel é na verdade o portal para um mundo mágico e fascinante. Nárnia é descoberta! A sensação de deslumbramento toma qualquer pessoa que assiste ao filme pela primeira vez. É perfeita a caracterização da floresta narniana tomada pela neve, e qualquer um que já tenha lido o livro original fica emocionado ao se deparar com o solitário poste de luz que serve como uma espécie de demarcação para os limites de Nárnia.
Para resumir tudo, depois de voltar à mansão, Lúcia conta tudo o que viu e a amizade que fez com um fauno chamado Sr. Tumnus (vivido pelo hoje astro James McAvoy, de O Procurado e Desejo e Reparação) a seus irmãos, que não acreditam nela. Ela conta que Nárnia vive um inverno que já dura 100 anos, graças ao domínio de Jadis, a Feiticeira Branca. Percebe-se nitidamente que esta personagem é a figura de Satanás, cujo domínio na humanidade a mantém em um estado de frieza espiritual, distante do calor que a proximidade com Cristo proporciona. Como é de se esperar, ninguém acredita na palavra da pequena. Lógico que todos acabarão descobrindo o reino mágico também, e terão que reconhecer que Lúcia estava certa. O primeiro a fazer a constatação é Edmundo, que a segue até lá, mas ao invés de conhecer Tumnus encontra a própria Jadis.
Os quatro irmãos descobrem que são os personagens centrais de uma profecia que fala sobre a libertação de Nárnia do regime da feiticeira pelas mãos de dois filhos de Adão e duas filhas de Eva (mais uma referência bíblica), com a ajuda do leão-deus Aslam – figura aqui do próprio Cristo, chamado nas Escrituras de Leão da Tribo de Judá (Apocalipse 5.5).
Acontece que mesmo relutantes, os Pevensie serão forçados a entrarem na guerra. Tudo porque Edmundo traiu os outros ao fugir e ir até o castelo de Jadis, que havia lhe prometido dar-lhe uma enorme quantidade de docinhos se ele levasse todos seus irmãos consigo. Ao chegar no castelo, a feiticeira o aprisiona e os irmãos terão que procurar Aslam e tentar resgatar Edmundo.
Mesmo nesse trecho do filme temos uma figura bíblica: o traidor, ou mesmo o cristão que, tentado, se entrega ao mal por causa de “docinhos”, pequenos prazeres denominados “pecados”.
A jornada dos Pevensie até o lugar onde Aslam reúne seus exércitos é incrementada com uma perseguição empreendida pelos lobos a serviço de Jadis e um encontro com Papai Noel – único momento dúbio da trama, mas aceitável por sabermos que se trata de um lugar mágico, povoado por faunos, duendes, animais falantes, feiticeiras e por que não o “Bom Velhinho”? É quando os irmãos recebem presentes que serão utilizados no momento da batalha final contra a feiticeira: Pedro recebe uma espada digna de um rei; Susana, um arco digno de uma guerreira; Lúcia, um punhal para defesa e um ungüento com poder de cura. Os presentes recebidos por eles podem ser um símbolo do ministério que cada crente tem na obra de Deus; enquanto uns são designados para serem líderes, outros são comissionados para estarem à frente da batalha, recebendo os primeiros golpes, e outros são os que consolam, restauram e auxiliam os feridos. No exército de Deus, ninguém é deixado para trás.
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