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Novo trailer legendado de 'Os Vingadores'

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Está no ar o segundo trailer de 'Os Vingadores', um dos filmes mais aguardados em 2012. A nova prévia se concentra mais na ação e nos personagens, ampliando o número de dicas sobre a trama, que certamente trará Loki como grande vilão da história, e o Hulk como um dos heróis - antes pensava-se que o monstro verde seria combatido pelo supergrupo. Muitas cenas de arrepiar, como o Hulk salvando o Homem de Ferro, e a sensacional cena do final do trailer. Só vendo para acreditar. Confira:


E aí, roendo as unhas? Falta pouco, Os Vingadores, dirigido por Joss Whedon, estreia em 27 de abril.


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A Invenção de Hugo Cabret

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Homenagem de Scorsese aos primórdios do cinema indicada a 11 Oscar é linda

É muito difícil errar com um filme tendo Paris como cenário. Mais difícil ainda é imaginar que Martin Scorsese, cineasta mítico que marcou seu nome em filmes clássicos memoráveis, erraria tendo a Cidade-Luz como pano de fundo para seu primeiro filme a utilizar a tecnologia da filmagem em 3D. E Scorsese não errou. E foi além, criando um filme esplêndido, onde cada fotograma é luminoso, belo, festivo aos olhos.
O diretor de Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e tantos outros filmes brilhantes conta aqui uma história que homenageia o princípio do cinema. Asa Butterfield (de O Menino do Pijama Listrado) é Hugo Cabret, um órfão que mora na estação central de Paris, vive oculto por trás dos grandes relógios que se espalham por todo o lugar. Ele é quem cuida das engrenagens dos relógios, mantendo-os em funcionamento, ofício que aprendeu com seu tio Claude (Ray Winstone). Foi seu tio quem o criou depois da morte de seu pai (Jude Law em uma breve participação), mas logo o deixou por conta própria. Hugo se mantém com pequenos furtos, somente para sobreviver, pegando comida aqui e ali; ele também vive pegando peças para consertar uma máquina deixada por seu pai - um autômato, uma espécie de robô movido a corda, que ele acredita conter uma mensagem. Ele conhece Isabelle (Chloe Grace Moretz, de Kick-Ass), a afilhada do dono de uma oficina de brinquedos, com quem desvendará finalmente o segredo do autômato.
Mas esta é apenas parte de uma trama que levará Hugo (e nós, o público) a conhecer um personagem histórico, peça fundamental para a arte cinematográfica: trata-se de Georges Meliés (Ben Kingsley), considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos, criador da obra-prima Viagem à Lua, em 1902. Ao fazer de seu filme um tributo aos primórdios do cinema, Scorsese presta uma inestimável contribuição à manutenção da memória da sétima arte, fazendo com que novas gerações conheçam e se interessem pela obra de Meliés, o cineasta chamado por Chaplin de "o alquimista da luz". Além disso, A Invenção de Hugo Cabret  anda lado a lado com a história verdadeira de Meliés, o que faz do filme uma obra ainda mais relevante e fascinante.
Todo o filme parece um cenário de um sonho, com uma Paris radiante. A direção de arte é de uma  perfeição de tirar o fôlego, tamanho o cuidado com cada detalhe. A abertura do filme, que dura 12 minutos, captura a atenção de uma forma que somente um dos maiores cineastas de todos os tempos poderia fazer. Quando o nome do filme surge na tela, não há uma pessoa que não esteja hipnotizado pelo filme. Exatamente como fazia Meliés com seus filmes de sonho, suas sereias, piratas, cavaleiros, guerreiros, cosmonautas e extraterrestres, o filme de Scorsese permite que a plateia mergulhe no mundo e na vida de Hugo Cabret e não se canse até os créditos subirem ao final. Pode haver homenagem mais intensa do que essa?

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Ícones da cultura pop sofrem com a crise mundial

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O artista francês Benjamin Béchet publicou em seu site fotos com personagens da cultura pop mundial sofrendo com a crise financeira, mostrando que a vida não está fácil para ninguém.

As imagens mostram o ursinho Pooh trabalhando como pedreiro, Batman como frentista e o Homem-Aranha como limpador de vidros. O trabalho foi chamado de "Je suis Winnie l'Ourson" (Eu sou o Ursinho Pooh).

Confira abaixo:

Ursinho Pooh pedreiro

Minnie virou empregada doméstica

Mickey sem-teto

Pato Donald vendedor de flores

Pateta camelô

Hello Kitty doméstica

Batman frentista

Homem-Aranha limpador de vidros

Para conferir a galeria no site do artista, clique AQUI.

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Segundo trailer dublado de "Valente", novo filme da Pixar

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Um daqueles estúdios que dificilmente erra (seu único erro foi Carros 2), a Pixar vai lançar este ano Valente, que conta a história de Merida, uma princesa que sonha entrar para a história como uma arqueira de sucesso, ao contrário da opinião de sua mãe. Mas ela comete um erro que ameaça o reino e a vida de sua família, e precisará enfrentar as forças da natureza, a magia e uma terrível maldição para corrigir seu erro.
O segundo trailer é na verdade uma cena do filme, no qual Merida mostra toda a sua habilidade com o arco - e aproveita para exibir seus belos cabelos ruivos.
Confira e fique louco pela estreia (como eu), que acontece em 22 de junho de 2012.


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No Limite da Mentira

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As feridas abertas do Israel pós-Segunda Guerra já foram tema de bons filmes, como Munique, de Steven Spielberg, e Exodus, estrelado por Paul Newman em 1960. Em No Limite da Mentira (The Debt, EUA, 2010), o diretor John Madden (Shakespeare Apaixonado) mais uma vez toca na ferida israelense causada pelo regime nazista: o filme fala da caçada a um criminoso nazista, conhecido como o cirurgião de Birkenau. Para caçá-lo e levá-lo à justiça, três jovens agentes do Mossad - o serviço secreto israelense - são enviados a Berlim Oriental na década de 1960. Suas ações naquela época se tornarão uma cicatriz que os acompanhará por toda a vida.
No papel dos agentes ainda jovens, o elenco traz bons atores: Marton Csokas (que atuou em O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei), Sam Worthington (Avatar) e a estrela em ascensão Jessica Chastain (Histórias Cruzadas e A Árvore da Vida). Os três vivem um tenso triângulo amoroso, que pode comprometer toda a missão e estabelecer mágoas jamais superadas.
O filme tem ainda um segundo núcleo temporal, que mostra os agentes em 1997, lidando com as consequências de sua escolha quando jovens. Helen Mirren (A Rainha), Tom Wilkinson (Entre Quatro Paredes) como o Marton Csokas maduro e Ciarán Hinds (O Espião que Sabia Demais) no papel de Sam Worthington mais velho. O elenco é um dos pontos fortes do filme; todos os atores entregam desempenhos marcantes, com destaque para Jessica Chastain. A atriz demonstra uma desenvoltura impressionante, no papel de uma agente em sua primeira missão de campo, entregue à sua tarefa de levar um criminoso de guerra que claramente a apavora.
No Limite da Mentira traz ainda uma discussão sobre até que ponto verdades guardadas a sete chaves por anos devem ser trazidas à tona, e quais consequências tal atitude pode trazer. Um filme que merece ser descoberto.

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O Espião que Sabia Demais

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A presença da palavra "espião" no título do filme de Tomas Alfredson pode fazer algum espectador desavisado imaginar que O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy, Inglaterra/EUA, 2011) é mais um exemplar cheio dos clichês consagrados dos filmes de espionagem: espiões bonitões, verdadeiros "pegadores", sequências de ação de tirar o fôlego e uma porção de bugigangas para que eles cumpram suas missões. Mas é bom avisar que nenhum desses elementos está presente aqui. 
Baseado no romance homônimo de John Le Carré (autor também do livro que deu origem a O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles), O Espião que Sabia Demais é a completa antítese do que os filmes de James Bond e Jason Bourne representam: George Smiley, o espião protagonista representado magistralmente por Gary Oldman, é franzino, de meia-idade, traído pela esposa e sem nenhuma vocação para herói de ação. Smiley é um ex-agente do serviço de inteligência britânico, recém-aposentado, que é recrutado por um alto funcionário do governo para descobrir a identidade de um suposto agente duplo atuando dentro da cúpula do serviço de inteligência, chamada de Circo. Smiley se junta a outros dois agentes e inicia sua investigação. E é isso, dizer mais somente arruinaria a oportunidade de juntas as peças do quebra-cabeça. E as peças são muitas; tantas, que é negado ao espectador o conforto de piscar os olhos durante a sessão, pois se o fizer perderá detalhes da trama que não podem deixar de ser percebidos. É nessa complexidade que reside o fascínio que o filme exerceu sobre a crítica em todo o mundo.
O diretor Tomas Alfredson - que fez sucesso com o magnífico Deixa Ela Entrar - não se preocupa muito em situar o espectador; a trama vai e vem no tempo sem avisar. É preciso estar atento. Assim, vamos descobrindo alguns detalhes que explicam a cena que abre o filme e ampliam a importância de personagens aparentemente inúteis para a história. Nada disso seria possível se Alfredson não contasse com um elenco que poucos diretores têm à disposição: John Hurt (Hellboy), Mark Strong (Kick-Ass, O Guarda), Toby Jones (Capitão América), Colin Firth (vencedor do Oscar por O Discurso do Rei), Benedict Cumberbatch (a série da BBC Sherlock, Cavalo de Guerra), Ciarán Hinds (o César da série da HBO Roma) e Tom Hardy (o Bane do vindouro Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Todo o elenco mostra-se disposto a fazer do filme uma peça única, um feito cinematográfico. E de fato consegue. O Espião que Sabia Demais é um dos melhores filmes de 2011.

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Guia para o Oscar 2012 - Parte 2

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Nesta segunda parte do nosso Guia, falaremos das categorias Ator e Atriz Coadjuvante, Roteiro Original e Adaptado e Animação.

Melhor Ator Coadjuvante
Kenneth Branagh por Sete Dias com Marilyn
Jonah Hill por O Homem que Mudou o Jogo
Nick Nolte por Guerreiro
Christopher Plummer por Toda Forma de Amor
Max von Sydow por Tão Forte e Tão Perto

Christopher Plummer, o favorito da noite
Normalmente esta é a primeira categoria a ser premiada na festa. Isso significa que quem assiste à premiação na Globo irá perder a entrega desta estatueta, pois o canal prioriza um certo reality show em detrimento do Oscar. Observações televisivas à parte, a categoria traz este ano uma tendência: atores veteranos em personagens secundários que roubaram a cena em seus respectivos filmes, exceção feita a Jonah Hill, que apesar de não ser veterano, atua como tal em O Homem que Mudou o Jogo, como o assistente do técnico vivido por Brad Pitt (também indicado).
Palpite: se a tendência das premiações se confirmar, Christopher Plummer levará a estatueta para casa. Seu Hal Fields de Toda Forma de Amor, reúne as características de um personagem muito rico e difícil: ele é um senhor de idade que revela ao seu filho (Ewan McGregor) que tem um câncer terminal e, como se não bastasse, é gay. Correndo por fora, Jonah Hill pode estragar a festa do ator veterano.
Se este fosse um mundo justo a atuação de Nick Nolte em Guerreiro não passaria despercebida.

Melhor Atriz Coadjuvante
Berénice Bejo por O Artista
Jessica Chastain por Histórias Cruzadas
Melissa McCarthy por Missão Madrinha de Casamento
Janet McTeer por Albert Nobbs
Octavia Spencer por Histórias Cruzadas

Octavia Spencer, em 'Histórias Cruzadas'
Com um elenco majoritariamente feminino de personagens marcantes, não é de se estranhar que Histórias Cruzadas emplaque duas indicações nesta categoria. Mas não há como não notar a inusitada indicação de Melissa McCarthy (a Molly da série Mike & Molly), por simplesmente roubar a cena na comédia Missão Madrinha de Casamento. Sua personagem é o centro cômico do filme, e a indicação é muito merecida. Já Berénice Bejo pode se dar por satisfeita pela indicação, pois esta é uma categoria na qual O Artista não será premiado. É aí que entra o meu palpite.
Palpite: é impossível não voltar todas as apostas para a atuação fenomenal de Octavia Spencer. Sua Minny Jackson traz uma doçura misturada a uma revolta que faz dela uma das personagens mais interessantes de Histórias Cruzadas. Sem falar que a atriz já levou o Globo de Ouro, o SAG, o BAFTA. É bom Octavia já ir preparando o discurso de aceitação.
Se este fosse um mundo justo Carey Mulligan estaria na lista. Sua atuação em Drive é contida, porém intensa. Ela TINHA que receber uma indicação.

Melhor Roteiro Adaptado
A Invenção de Hugo Cabret
Tudo Pelo Poder
O Homem que Mudou o Jogo

'O Espião que Sabia Demais'
Para concorrer nesta categoria, é preciso que o roteiro tenha sido baseado em alguma fonte previamente existente, como um romance, história em quadrinhos ou peça teatral, ou ainda livro de não-ficção. A lista deste ano é justa, e abrange filmes importantes e relevantes produzidos em 2011. Vale notar a presença de O Espião que Sabia Demais na lista, talvez para compensar sua ausência entre os indicados a Melhor Filme. Inexplicavelmente, Histórias Cruzadas ficou de fora, mesmo sendo um dos roteiros mais elogiados do ano.
Palpite: minha torcida é pela vitória de Os Descendentes.O roteiro de Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash é delicado sem ser piegas ou apelar para clichês.
Se este fosse um mundo justo a vitória só poderia ir mesmo para Os Descendentes. Mas se O Espião que Sabia Demais levar o prêmio eu fico feliz. E o universo também.

Melhor Roteiro Original
O Artista
Missão Madrinha de Casamento
Margin Call - O Dia Antes do Fim
Meia-Noite em Paris
A Separação

Os indicados a esta categoria tiveram seus roteiros escritos especialmente para cinema, sem quaisquer fontes prévias. O Artista merece cada indicação, mas esta de roteiro original é especial, principalmente por ser um roteiro que homenageia a Era Dourada do cinema americano, e ao mesmo tempo mantém um frescor, uma sensação de que se vê um filme novo, com uma proposta nova e atraente. Margin Call recebe  sua única indicação, mesmo sendo o melhor filme já feito sobre a crise financeira americana de 2008.
Palpite: arrisco considerar Margin Call o favorito para a premiação, mesmo com a forte concorrência de O Artista.
Se este fosse um mundo justo o roteiro fantástico de Rango estaria incluído na lista.

Melhor Animação
Um Gato em Paris
Chico e Rita
Kung Fu Panda 2
Gato de Botas
Rango

'Rango' merece a vitória
A presença de dois filmes europeus na lsita é notável. Alguns patriotas de plantão podem reclamar da ausência de Rio, mas o filme de Carlos Saldanha não traz profundidade dramática suficiente para participar da categoria.
Palpite: além de ser um dos melhores filmes do ano passado, Kung Fu Panda 2 soube acrescentar elementos relevantes à mitologia da franquia e ainda fez muito marmanjo chorar. Mas minha torcida está logo abaixo.
Se este fosse um mundo justo certamente a vitória não escaparia de Rango. O filme de Gore Verbinski (Piratas do Caribe) é o que há de mais original e diferente nas animações lançadas em 2011. Além disso, uma indicação cairia muito bem ao ótimo filme dos Estúdios Aardman, Operação Presente. Mas, por ter passado batido nas bilheterias americanas, o filme não teria nenhuma chance.

Falamos das principais categorias, agora é só fazer suas apostas e aguardar o dia 26/02! 

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Guia para o Oscar 2012 - Parte 1

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Acontece todo ano: saem as indicações para o Oscar, e logo os cinéfilos começam a discutir as ausências da lista e as presenças desnecessárias. Este ano, entretanto, as discussões são ainda mais apaixonadas, principalmente por ausências muito sentidas (Drive não estar na lista é um crime). Nesta série de postagens pretendo expor minhas opiniões e palpites a respeito dos indicados em todas as categorias, como fiz ano passado. Nesta parte 1, falaremos das quatro principais categorias, as mais aguardadas da noite.

Melhor Filme:
Tão Forte e Tão Perto
O Homem que Mudou o Jogo

'O Artista' deve ser o grande vencedor do Oscar 2012
A presença de Tão Forte e Tão Perto e Cavalo de Guerra nesta lista é tão estranha quanto a ausência de Drive e 50%. O primeiro filme, com Tom Hanks e Sandra Bullock e dirigido por Stephen Daldry (Billy Eliott e As Horas), foi recebido com frieza absoluta pela maioria dos críticos e o público simplesmente não abraçou a história, um drama que tem como pano de fundo o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em 2001. Já o filme de Spielberg conquistou uma parcela do público, mas a necessidade de indicar o "filme de Oscar" do cineasta mostrou-se quase forçada, ainda mais pelo fato de Spielberg também ter lançado As Aventuras de Tintim, aventura infinitamente superior ao filme de guerra, mas sem apelo junto aos membros da Academia.
Palpite: diferente de 2011, em que a vitória de O Discurso do Rei era aposta fácil, fica um tanto difícil apostar todas as fichas em um único filme este ano; mesmo com O Artista saindo na frente pelas vitórias em várias premiações pré-Oscar, é possível acreditar que a balança deve pesar entre o filme mudo francês e outras produções com boas chances, como Histórias Cruzadas e A Invenção de Hugo Cabret. Mas ainda meu palpite é a vitória de O Artista.
Se este fosse um mundo justo a vitória ficaria com o excepcional Drive, que sequer foi indicado. Também ficaram de fora As Aventuras de Tintim, Shame e J. Edgar.

Melhor Diretor:
Woody Allen por Meia-Noite em Paris
Michel Hazanavicius por O Artista
Terrence Malick por A Árvore da Vida
Alexander Payne por Os Descendentes
Martin Scorsese por A Invenção de Hugo Cabret


Michel Hazanavicius
É difícil entender a lógica por trás das regras da Academia, ao indicar nove filmes na categoria Melhor Filme, mas apenas cinco diretores em sua categoria. Mesmo com o prêmio de Melhor Filme indo para os produtores, é inegável o papel primordial exercido pela direção na construção de um filme digno de uma indicação. Nada mais compreensível do que ter mais indicados ao prêmio de Melhor Direção, ou menos indicados a Melhor Filme. Entretanto, temos cinco indicados que merecem sua nominações. E é bom não ter os "menos merecedores" nesta lista, como Spielberg (por Cavalo de Guerra) e Daldry (por Tão Forte e Tão Perto).
Palpite: seguindo a tendência das últimas premiações, é fácil apostar na vitória de Michel Hazanavicius; o cineasta responsável por comédias-pastelão francesas sem nenhuma relevância na história do cinema realizou um filme belo e delicado, um verdadeiro tributo à sétima arte.
Se este fosse um mundo justo a estatueta não estaria em melhores mãos que as de Martin Scorsese, que só ganhou um prêmio de direção por Os Infiltrados. Seu A Invenção de Hugo Cabret é simplesmente sublime.

Melhor Ator:
Demián Bichir por Uma Vida Melhor
George Clooney por Os Descendentes
Jean Dujardin por O Artista
Gary Oldman por O Espião que Sabia Demais
Brad Pitt por O Homem Que Mudou o Jogo


George Clooney merece mais um Oscar
Palpite: a vitória de Jean Dujardin nesta categoria é tida como inevitável, mas George Clooney e Gary Oldman podem virar o jogo aos 45 minutos do segundo tempo. Seus papéis em Os Descendentes e O Espião que Sabia Demais, respectivamente, são executados com precisão absoluta e o prêmio seria merecido. Brad Pitt corre por fora e Demián Bichir pode comemorar a indicação, pois é mais do que ele poderia imaginar.
Se este fosse um mundo justo Ryan Gosling não poderia ter ficado de fora dessa lista. Seu motorista sem nome de Drive é daqueles personagens que marcam um ator por toda sua carreira, como foi Travis Bickle (Taxi Driver) para Robert de Niro. Outras ausências imperdoáveis são Leonardo di Caprio (J. Edgar) e Michael Fassbender (Shame).

Melhor Atriz:
Glenn Close por Albert Nobbs
A vitória de Meryl Streep é uma barbada
Viola Davis por Histórias Cruzadas
Rooney Mara por Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Michelle Williams por Sete Dias com Marylin


Palpite: é impossível não apostar todas as fichas na premiação de Meryl Streep - seria sua terceira vitória em 18 (!) indicações. Sua Margaret Thatcher em A Dama de Ferro monopoliza todas as atenções no filme e é a única coisa que o torna apreciável e menos entediante. Mas Viola Davis venceu o Critics' Choice Awards, e os membros da Academia podem considerar que Streep já ganhou o bastante; talvez seja a hora de uma nova diva do cinema surgir, e Viola Davis pode ser essa diva.
Se este fosse um mundo justo Viola Davis levaria a estatueta para casa. Sua Aibileen tem todos os elementos para uma personagem inesquecível: tem dor, delicadeza e um olhar que não deixa nenhum espectador imune. Merece ganhar.

Na parte 2, falaremos sobre Ator e Atriz Coadjuvante, os prêmios de Roteiro e Animação. Esteja de volta no dia 20/02!

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Os Descendentes

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Novo filme de Alexander Payne depois de 7 anos é obra melancólica e bela

A última vez que vimos um filme de Alexander Payne foi em 2004, quando o diretor lançou Sideways - Entre Umas e Outras, comédia etílica sobre homens abraçando a maturidade. De lá para cá o diretor dirigiu o piloto da série da HBO Hung e participou de Paris, Te Amo, uma coletânea de curtas sobre a Cidade-Luz. A espera valeu a pena. Com Os Descendentes, Payne revela um lado do Havaí praticamente desconhecido do grande público, a vida cotidiana das pessoas que vivem por lá e têm laços ancestrais com o belo arquipélago do Pacífico. E sim, todo mundo por lá usa as tais camisas havaianas, com estampas floridas e coloridas!
O sucesso do filme, porém, não poderia ser explicado apenas por seu diretor. A presença de George Clooney como protagonista só colabora para que Os Descendentes seja ainda mais obrigatório na lista dos filmes para ver este ano. E a atuação do galã aproxima-se da perfeição. Clooney é Matt King, advogado e um dos herdeiros de uma enorme faixa de terra litorânea do arquipélago. Ele é descendente de uma princesa havaiana que se casou com um missionário do continente, e sua vida anda conturbada, por duas razões: a primeira (e mais importante para o roteiro) é o fato de sua esposa estar em coma depois de um acidente de barco; a segunda é a iminente venda da terra de sua família, que irá alterar toda a rotina da ilha, com a construção de resorts de luxo e bairros residenciais de alto padrão no solo virgem que ele herdou.
Com o coma da esposa, Matt precisa aprender a lidar com suas duas filhas, Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley, iluminada), que sempre viveram à sombra da mãe e não tinham muita atenção do pai ausente. O desafio que Matt enfrente para se reaproximar das filhas é o centro da história, mas o roteiro também abre espaço para discussões sobre o apego às tradições e a efemeridade da vida.
Lindamente filmado pelo diretor de fotografia Phedon Papamichael, as paisagens do Havaí estão no filme, mas não permitem que a produção se resuma a um lindo cartão postal; na verdade, diante da realidade de hospitais e tensas reuniões familiares, o cenário paradisíaco assume um certo ar melancólico, triste até. A trilha sonora, inteiramente composta de canções havaianas, tem a função de conectar o público com a intensa ligação que o povo do arquipélago tem para com sua terra e suas raízes.
Indicado a cinco Oscar (incluindo Melhor Filme e Ator para George Clooney), Os Descendentes não deve levar muitos prêmios da Academia - a concorrência com O Artista é grande e difícil - mas certamente o filme de Alexander Payne não passará despercebido do coração do público.

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