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O Artista

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Comédia dramática é belo tributo ao cinema

Quando a festa de entrega do 69º Globo de Ouro terminou, um certo filme francês mudo e preto e branco havia sido consagrado com três prêmios, Melhor Ator (Jean Dujardin), Melhor Trilha Sonora (Ludovic Bource) e Melhor Filme Musical ou Comédia. Não chegava a ser uma surpresa para quem já vinha acompanhando a carreira vitoriosa que O Artista vinha fazendo durante todo o ano de 2011, desde que o filme chamou a atenção no Festival de Cannes e arrebatou o prêmio de melhor ator. Desde então, já foram 42 prêmios recebidos em festivais em todo o mundo. Por onde quer que O Artista passa, plateias têm aplaudido e júris têm recompensado o filme.
Tanto reconhecimento é extremamente merecido, porque de fato o filme do diretor Michel Hazanavicius é uma linha homenagem à arte do cinema, que em seus primórdios não contava com o som para contar suas histórias. E é no fim da era do cinema mudo que o filme tem sua trama desenvolvida: Jean Dujardin é George Valentin, um astro dos filmes silenciosos de Hollywood, que ao lado de seu cãozinho muito bem treinado desfruta de todas as vantagens que a fama traz. O personagem é uma clara referência a Errol Flynn, astro da década de 1920 que ficou famoso com suas aventuras de capa e espada. Valentin tem uma vida de sucesso em sua carreira, mas seu casamento mantém-se tão silencioso quanto seus filmes.
A trama acompanha o momento em que o cinema abraça o advento dos filmes falados e Valentin se vê um astro obsoleto, esquecido pelo público, enquanto presencia a ascensão de Peppy Miller (Bérenice Bejo), uma jovem estrela que em seu início de carreira teve uma ajuda do próprio Valentin para conseguir seu primeiro trabalho.
Melancólico em vários momentos, divertido em outros e nostálgico em toda sua duração, O Artista utiliza a trilha sonora de modo extraordinário; por ser mudo, o filme tem na música sua base de apoio indispensável, pois é a trilha que expressa a alegria, a tristeza e todos os demais sentimentos dos personagens.
A homenagem prestada pelo filme é percebida na própria trama, que emula clássicos como Cantando na Chuva e Aconteceu Naquela Noite, especialmente por mostrar Peppy Miller como estrela de comédias românticas, feitas aos montes para aliviar o humor do público, em um tempo de grave crise econômica.
Oriundo de comédias pastelão francesas, o diretor Michel Hazanavicius utiliza sua própria experiência com o cinema de escape para criar uma comédia dramática de modo brilhante. Tão brilhante, que muitos apostam que a carreira vitoriosa de O Artista só irá se encerrar quando o filme for premiado com uma certa estatueta dourada.

Em tempo: O Artista estreia no Brasil em 10 de fevereiro.

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Quentin Tarantino elege seus filmes favoritos de 2011

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O site The Quentin Tarantino Archives divulgou a lista dos melhores filmes de 2011 segundo o diretor do neoclássico Pulp Fiction. A lista guarda algumas surpresas, com nomes no mínimo discutíveis. Os Três Mosqueteiros, por exemplo, aparece na lista (!). Porém, devido à conhecida cinefilia do cineasta, chega a ser compreensível que Tarantino escolha determinados filmes em detrimento de outros considerados melhores pela crítica especializada. O diretor não escolhe como um crítico, um jornalista; ele escolhe seus filmes simplesmente como um cara que é apaixonado por cinema. Mesmo assim, a lista mostra que Tarantino não é assim tão fã de cinema oriental e afins, pois não há nenhuma menção a filmes asiáticos. Isso sem falar no choque de ver O Artista e Maluco Beleza (comédia com Paul Rudd) empatados no décimo lugar! Veja a lista e tire suas próprias conclusões.

Top 11

1. Meia-Noite em Paris, de Woody Allen
2. Planeta dos Macacos: A Origem, de Rupert Wyatt
3. O Homem que Mudou o Jogo, de Bennett Miller
4. A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar
5. X-Men: Primeira Classe, de Matthew Vaughn
6. Jovens Adultos, de Jason Reitman
7. Ataque ao Prédio, de Joe Cornish
8. Red State, de Kevin Smith
9. Guerreiro, de Gavin O'Connor
10. O Artista, de Michel Hazanavicius / Maluco Beleza, de Jesse Peretz
11. Os Três Mosqueteiros, de Paul W. S. Anderson

 Outros considerados, em nenhuma ordem em particular

50%
Toda Forma de Amor
A Invenção de Hugo Cabret
A Dama de Ferro
O Deus da Carnificina
Besouro Verde
Lanterna Verde
Capitão América
Os Descendentes
Sete Dias Com Marilyn
Velozes e Furiosos 5
A Árvore da Vida
Se Beber Não Case, Parte 2
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
Um Novo Despertar
Contágio
The Sitter
Cavalo de Guerra

Prêmio Valeu a Tentativa

Drive
Hanna
Fúria Sobre Rodas
Gigantes de Aço

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Cavalo de Guerra

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Novo filme de Spielberg é drama competente

Muito se disse negativamente sobre Cavalo de Guerra, novo drama dirigido por Steven Spielberg. O cineasta, responsável por filmes de fantasia como E.T. - O Extraterrestre e Hook - A Volta do Capitão Gancho, volta e meia aparece dirigindo filmes mais adultos, como sua obra-prima A Lista de Schindler e Amistad. Na maioria das vezes Spielberg teve sucesso com filmes assim, tendo vencido alguns Oscar, mas em outras ocasiões o diretor não foi feliz (veja o caso de Além da Eternidade, de 1989). Este ano, o premiado diretor está em cartaz com dois filmes ao mesmo tempo: além deste, há também a aventura juvenil As Aventuras de Tintim, este sim, elogiadíssimo pela crítica, apesar de quase ignorado pelo público americano.
Este novo Cavalo de Guerra encontra-se no meio-termo; nem pode ser considerado um sucesso absoluto, nem um fracasso. Os críticos malharam o filme, mencionando certo sentimentalismo característico do diretor, uma fotografia piegas e uma trilha sonora exageradamente grandiloquente. Entretanto, o filme mostra-se envolvente e em nenhum momento tenta "obrigar" o espectador a verter lágrimas; ao menos foi o que eu  observei. Baseado no livro infantil homônimo de Michael Morpurgo, publicado em 1982, Spielberg fez de Cavalo de Guerra um conto sobre a última guerra a utilizar animais e espadas em combate. O filme também levanta a reflexão sobre os horrores da guerra, mas nada que outros filmes do mesmo diretor não tenham já mostrado.
O filme conta a história de Joey, um cavalo arredio que é comprado em um leilão por um fazendeiro, acreditando poder treiná-lo para trabalhar no arado. Quem logo se afeiçoa a Joey é Albert (Jeremy Irvine, que estará este ano em uma nova versão para o cinema de Grandes Esperanças), um jovem determinado a fazer com que Joey trabalhe no arado, para ajudar seu pai no trabalho da fazenda. Mas a 1ª Guerra Mundial começa e logo o cavalo é confiscado pelo exército britânico para o combate. A partir daí, Joey passará por desafios cada vez maiores e contará com o cuidado de diversas pessoas em sua jornada em meio a batalhas sangrentas; ele será puxador de canhões para os alemães, cavalo de estimação de uma menininha francesa e sobreviverá a muitas adversidades.
Com um elenco muito interessante - nada de astros capazes de ofuscar o protagonista, que afinal de contas é o cavalo - Cavalo de Guerra conta com Emily Watson (Embriagado de Amor), Benedict Cumberbatch (Sherlock, a série da BBC), Tom Hiddleston (o Loki de Thor) e David Thewlis (o professor Lupin da série Harry Potter), em papeis pequenos, mas de importância na trajetória complicada de Joey.
Uma curiosidade: quatorze cavalos foram usados "interpretando" o protagonista, mas o principal animal utilizado foi o mesmo que já estrelou outro sucesso dentre os filmes "de animal", Seabiscuit - Alma de Herói.
O drama de Spielberg não deve ser vitorioso em uma eventual indicação ao Oscar, mas cumpre seu dever, ao levar ao público um filme inspirador e envolvente, com cenas de batalha bem elaboradas e uma produção de alta qualidade. Em todo caso, não espere que o cineasta mais sentimental de Hollywood tenha mudado seu estilo. Lá estão a fotografia emotiva, a trilha sonora de John Williams, as sequências de tirar o fôlego e a história inspiradora; está tudo lá. Não dá para querer que isso mude. Pelo menos, Spielberg ainda sabe entregar filmes memoráveis.


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Verônica

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Até que ponto você iria para proteger uma criança? Esta é a pergunta feita por Verônica (Brasil, 2008), filme dirigido por Maurício Farias e estrelado por uma excelente Andréa Beltrão. Destoando um pouco da filmografia brasileira, Verônica é um verdadeiro jogo de gato e rato, um filme de perseguição que conta com um suspense crescente e um temor de que tudo dê errado para a protagonista.
A personagem-título é uma professora de uma escola pública carioca instalada próxima a uma favela. Com 20 anos de carreira em sala de aula, ela já não aguenta mais viver a rotina de lidar com crianças, corrigir exercícios e ainda ter a paciência necessária para seu ofício. Até que um dia, um de seus alunos, Leandro (Matheus de Sá), fica na escola por muito tempo esperando sua mãe ir buscá-lo e Verônica decide ajudar a coordenadora da escola, levando-o até sua casa. Chegando lá, ela descobre que os pais do menino foram assassinados, e os criminosos estavam à procura de Leandro, que traz em seu pescoço um pendrive com informações importantes sobre o envolvimento de vários policiais com o tráfico.
A partir daí, Verônica é empurrada para dentro de uma situação que ela não procurava, a obrigação moral (entendida gradualmente, como aconteceu com Dora em Central do Brasil) de proteger Leandro. E o filme cresce à medida que o tempo passa, com o envolvimento maior entre a professora e o menino e o suspense angustiante da plateia, que não imagina como tudo vai terminar.
O ritmo da direção de Maurício Farias é notável, com uma fotografia por vezes granulada, que intensifica ainda mais a sensação de incerteza que a protagonista vive.
O filme pode funcionar como uma crítica mordaz à corrupção policial - essa já meio batida, embora relevante - ou como uma reflexão sobre o ofício do professor, cada vez menos valorizado, não permitindo ao profissional uma vida digna de quem tanto estudou para chegar onde chegou. Apesar disso, Verônica ainda peca por estereotipar em excesso a situação financeira da professora heroína da história. Afinal de contas, o salário de professor é perfeitamente suficiente para que se banque pelo menos um apartamento um pouco melhor do que aquele cubículo em que vive a protagonista. Ainda assim, o filme é um contundente e envolvente filme de perseguição, e cumpre bem o seu papel de "refilmar" (e melhorar muito) o filme de Sidney Lumet, de 1999, Glória - A Mulher: este, sim, muito ruim.

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Albert Nobbs - Glenn Close no filme que pode lhe render o Oscar

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Albert Nobbs é daqueles filmes que se tornam a paixão da vida de um ator, a ponto de ser bancado pelo ator ou atriz que se apaixonou pelo projeto. Foi assim com Robert Duvall e seu O Profeta, Angelina Jolie e sua estreia na direção em 2011 com In the land of blood and honey e muitos outros. Glenn Close fez quase tudo neste filme: além de estrelar, ela co-escreveu o roteiro, escreveu a letra da canção-tema e ainda co-produziu. Tem dinheiro da atriz em Albert Nobbs, que conta a história de uma mulher que durante 30 anos se fez passar por homem para poder trabalhar como mordomo e juntar dinheiro para abrir uma tabacaria, o sonho de sua vida.
O filme começa mostrando o dia a dia de Albert Nobbs (Glenn Close), sua dedicação e extrema discrição no lidar com os outros criados do hotel cravado no centro de Dublin. Albert não interage com ninguém, não troca mais do que duas palavras ao se comunicar com os colegas de trabalho, nem se interessa pela vida dos excêntricos hóspedes do hotel. Tudo isso para que nada atrapalhe seu disfarce, que em 30 anos nunca foi notado, sequer suspeitado. Noite após noite, depois que o expediente se encerra, Albert conta as gorjetas recebidas e as guarda debaixo de uma tábua solta do assoalho de seu pequeno quarto no hotel. Tudo vai bem, e seu disfarce está garantido. Até o dia em que a patroa de Nobbs resolve fazer uma pintura em alguns cômodos do prédio, e contrata Hubert Page, um pintor altivo e competente em sua função. O problema é que não há quartos vagos para empregados, e Page precisa dormir no quarto de Albert, que vê ameaçado seu segredo, e se desespera.
Há uma pequena surpresa reservada para Albert (que eu não vou revelar aqui - sem spoilers neste blog), que se tornará ponto-chave no decorrer da história, durante a qual o mordomo se apaixonará, criará uma forte amizade e caminhará para um final com tons imprevisíveis.
O pequeno filme de Rodrigo García (Coisas que eu poderia dizer só de olhar para ela, de 1999) é um retrato das difíceis condições enfrentadas pelas mulheres nos últimos anos do século 19, especialmente aquelas relegadas à vida de serviçais, sem nenhuma perspectiva de vida além da que aponta para um futuro mergulhado na rotina do trabalho doméstico. Pode-se (e deve-se) especular que o filme carece de um ritmo mais ágil, com um desenvolvimento melhor de alguns personagens - o playboy gay vivido por Jonathan Rhys Meyers poderia ser mais explorado pelo roteiro, bem como o médico (Brendan Gleeson). Ainda assim, o filme envolve o espectador com competência, muito embora o ponto realmente digno de nota - e de uma indicação ao Oscar - seja realmente a atuação magistral de Glenn Close, que aqui faz o papel de sua vida, alternando a tranquilidade do disfarce com o desespero de ver a possibilidade de seu alterego ser desmascarado; é tocante a cena em que Nobbs revela não lembrar seu nome quando era mulher. Se a indicação de fato vier, será merecida. Close se coloca como forte concorrente ao prêmio maior que uma atriz pode receber, em um ano que a disputa pode envolver nomes como Meryl Streep (A Dama de Ferro) e Viola Davis (Histórias Cruzadas). A briga vai ser boa.

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Trailer de '2 Coelhos'

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Acabei de descobrir o trailer de 2 Coelhos, filme do estreante Afonso Poyart e primeira produção da empresa Black Maria, estrelado por Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler e Thaíde. O filme acompanha Edgar (Fernando Alves Pinto), sujeito em crise que usa contra-espionagem, tecnologia e um pouco de sorte para matar com uma cajadada só os dois coelhos que o perseguem: o estado e os criminosos. Pelo trailer percebe-se uma linguagem visual semelhante a filmes como Scott Pilgrim contra o mundo, misturando videogames, agilidade à la MTV e uma boa quantidade de ação. Me parece uma boa aposta para o Brasil finalmente entrar no mercado de filmes de ação. Vamos aguardar a estreia, que acontece em 20 de janeiro.

Enquanto isso, fique com o trailer e tire suas próprias conclusões.

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Desenho vs Fotografia - Lindas e criativas imagens

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Em minhas andanças pela internet, me deparei com estas imagens belíssimas, trabalho do pintor, retratista, ilustrador, caricaturista e fotógrado belga Ben Heine. Este criativo artista nasceu na Costa do Marfim. Ele estudou artes gráficas e escultura e também é formado em jornalismo. Confira algumas dessas maravilhosas obras que ele chama de "Desenho vs Fotografia", ou "Imaginação vs Realidade". Você pode conhecer o site original AQUI (em inglês).













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Os Melhores Cartazes de 2011

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Eu AMO cartazes de filmes. Isso, é claro, quando eles fogem realmente dos clichês de design de pôsteres, como estes listados pela revista inglesa Empire, velha colaboradora (compulsória) do nosso blog. Veja a galeria com os 10 primeiros colocados (o resto da lista você pode conferir AQUI) e dê sua opinião sobre a escolha da revista.


1. Shame
2. Tiranossauro















4. O Espetacular Homem-Aranha


3. Escrito e dirigido por Angelina Jolie

















6. Mais um cartaz do novo Batman de Chris Nolan


5. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
7. Belo cartaz do filme Capitão América
8. Um Método Perigoso, de Cronenberg

















10. Não tenha medo do escuro

9. O Dublê do Diabo, sobre o filho de Saddam


















E aí? Gostou? Odiou? Deixe seu comentário e abra seu coração!

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