O anúncio da Fox de que iria produzir uma prequel de Planeta dos Macacos gerou imensa desconfiança, para dizer o mínimo. Afinal, a releitura de Tim Burton para a série clássica dos anos 60 não foi exatamente uma unanimidade; é tarefa difícil causar o impacto que o final do filme original gerou no público, mas ainda assim Burton soube imprimir sua marca na série, mesmo sem gerar a repercussão (e os lucros) que o estúdio esperava. Logo, insistir com a franquia da Terra tomada pelos primatas parecia loucura e um tremendo desperdício de dinheiro e talentos envolvidos.
Entre os céticos e desinteressados pela nova renovação da franquia, estava eu. Qual não foi minha surpresa ao descobrir a qualidade imensa deste novo filme, dirigido pelo desconhecido Rupert Wyatt. Wyatt chamou a atenção da Fox quando lançou seu primeiro longa, The Escapist, em 2008. Desejoso de retomar Planeta dos Macacos, o estúdio contratou o cineasta na tentativa de investir em uma história que contasse o começo de tudo.
E Wyatt vai além das expectativas ao narrar a história de César, um chimpanzé nascido em um laboratório de San Francisco, dirigido pelo cientista Will Rodman (James Franco). César tem uma inteligência acima do normal, o que Will descobre quando leva o filhote para casa, por razões que não descreverei aqui (nada de spoilers no meu blog!). Quem conhece a história da série sabe que César foi o primeiro símio a se rebelar contra a humanidade, quem deu início à dominação dos macacos sobre a Terra.
E a maneira como isso é mostrado é simplesmente magistral. A construção da trama não tem nenhuma pressa de mostrar as cenas de ação de cara, preocupando-se em explicar as razões de César para sua rebelião.
Tudo isso é legal, as cenas de ação são de alta qualidade, o elenco de humanos está muito bem (OK, talvez exceção para Freida Pinto, meio deslocada), mas o que diferencia este Planeta dos Macacos dos outros exemplares da série é o fato de César ser inteiramente gerado em CGI. Se os filmes anteriores traziam atores maquiados de macacos e impressionavam pelo realismo das caracterizações, em A Origem 90% dos macacos não estão realmente no set de filmagem. Mas isso não é perceptível de cara, o que faz a experiência de assistir ao filme algo ainda mais marcante e interessante. Crédito da WETA Digital, a mesma empresa que fez O Senhor dos Anéis, King Kong e As Crônicas de Nárnia, e de Andy Serkis, o grande ator que ninguém conhece. Andy é o homem por trás de Gollum e é o próprio King Kong. Foram seus movimentos e sua atuação captados por sensores que compuseram toda a excepcional expressão de César. O resultado é tão impressionante que há quem defenda a indicação de Andy para o Oscar de Melhor Ator!
Por todas essas razões, não há porque desconfiar quando a Fox anunciar que Planeta dos Macacos: A Origem terá uma sequência. Pelo menos, não por enquanto.
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