É muito difícil escrever sobre A Árvore da Vida. A gente procura, pensa, tentar imaginar palavras que descrevam a experiência de assistir a este épico, mas nada surge à mente, exceto sensações. O recluso diretor Terrence Malick (ele se recusa a dar entrevistas e há pouquíssimas fotos disponíveis dele) criou um conto religioso-filosófico repleto de significados que não podem ser todos apreendidos em apenas uma sessão.
Muito se falou das imagens belas, oníricas e majestosas do universo em seu início, toda a grandeza do cosmos retratada com cores vivas e uma trilha sonora simplesmente extasiante. Este início arrebatador serve como moldura para a história que se segue, sobre três irmãos crescendo sob uma criação rígida de seu pai (Brad Pitt) e o amor carente de disciplina da mãe (Jessica Chastain). O mais velho deles, Jack, passa a questionar as razões para tamanha rigidez do pai, e se vê desenvolvendo uma perversidade que pode ser perigosa; livre das amarras do pai, já adulto, Jack (vivido adulto por Sean Penn) é um homem alheio ao mundo moderno, repleto de angústia.
O que eu pude captar sobre A Árvore da Vida foi uma reflexão da pequenez do ser humano em relação à majestade do universo. Inexplicavelmente para nossa mente limitada, o universo nasceu; é quando o filme começa. Da mesma maneira inexorável, tudo termina. No meio disso tudo estão nossas vidas. Qual é, afinal, o significado delas? Há sentido nisso tudo?
Afora estas reflexões suscitadas pelo filme, há que se destacar também a belíssima fotografia de Emmanuel Lubezki, que coloca a câmera na altura das crianças, dando a sensação de que o espectador é parte da turma. A iluminação também é filmada magistralmente, com tons luminosos mesmo nos momentos mais angustiantes, como a cena da espingarda de chumbo.
Malick faz de A Árvore da Vida um filme não muito fácil de ser assistido, é verdade. Mas que fascina, a princípio pela beleza das imagens, mas depois pela possibilidade de se refletir sobre a insignificância da vida.
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