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Mas afinal, onde eu quero chegar?

Meu casamento está às portas. Só falta dois meses! Quando eu olho para trás, vejo tudo pelo que passei até chegar aqui, e percebo que ainda não realizei 10% do que desejo, do que sonho minha vida toda. E isso é bom! Afinal, não tem a menor graça chegar aos 26 anos tendo realizado todos os sonhos. Sim, porque sonhos se esgotam, e muitas vezes são difíceis de recuperar. Alcançá-los antes dos 30 anos, sei lá, deixa a vida sem graça. Tem fascínio a luta pela realização dos anseios.
Mas onde, afinal, eu quero chegar? Quero dizer que, aproximando-se meu casamento com a mulher da minha vida, começo a ver que a vida está começando agora. Digo, uma nova fase, algo totalmente diferente de tudo o que já vivi. A vida é uma sucessão de acontecimentos novos, novas sensações, rotinas novas a cada dia (se é que isso é possível). É essa vida que eu quero experimentar, e tenho plena consciência de que posso vivê-la casado com a pessoa que amo. É claro que não será "uma cama de rosas", como diria Bon Jovi, mas sei que viver é isso: passar por frustrações e ver tudo sendo amenizado por um sorriso, por um toque, por um verso. Seria insossa a vida sem problemas, sem preocupações, uma vez que tudo isso acrescenta, ensina.
Mas afinal, onde eu quero chegar?
E a vida continua...

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Domingo

Já tem algum tempo que eu não falo de política. E vou continuar não falando. É que acabei de lembrar que domingo é dia de eleição (de novo!). Já sei que meu candidato vai perder, mas não é sobre isso que eu quero falar. Sei que o povo está fingindo não ver a ladroagem desenbestada que se instalou no governo, mas não quero comentar isso também. O que me deixa besta é ver nossa floresta amazônica sendo dividida e vendida aos pedaços para ser explorada por estrangeiros, com a bênção do Lula, mas também não tenho nada a falar a esse respeito. É que para mim é complicado assistir na tevê o Lula confessar que errou, que roubou, mas fez; não, não é sobre este lamentável episódio que falo neste post. Quero falar que domingo é dia de eleição, que tem fila para votar, que tem contagem de votos, que tem Lula ganhando, que tem o povo perdendo (mas achando que está com a bola toda), que tem eu continuando com minha vida, lutando, arriscando, perdendo, vencendo, enfim: vivendo!

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Machado, Mozart e eu

Na última semana, meu pai adquiriu para nosso colégio uma coleção de 20 livros clássicos da literatura portuguesa e brasileira. A seleção inclue obras de Lima Barreto, Manuel Antônio de Almeida, Castro Alves e... Machado de Assis! Como agora não tenho mais desculpas para não ler os clássicos - não que eu nunca tenha lido, mas ultimamente vinha me interessando mais pelos escritores ditos "pop" -, decidi começar minha jornada pelo CARA: Machado de Assis, é claro. De Assis, a coleção tem três livros. Escolhi o único que ainda não lera, Contos Fluminenses, uma coletânea de histórias recheadas de personagens urbanos, cuja única ligação é o fato de as histórias se passarem no Rio de Janeiro do século XIX.
Ao começar, minha primeira impressão foi que as produções televisivas ditas "épicas", nada têm de épicas, uma vez que seus autores parecem nunca terem lido uma só obra escrita naquele tempo, tamanha a diferença de hábitos retratados nos livros em relação aos vistos nas novelas "de época". Conforme a leitura ia avançando eu me deliciava com personagens extremamentes sinceros, ao menos para o leitor. Tipos como Luís Soares, do conto homônimo, que fazem de tudo para manter seu padrão de vida ligado à elite fluminense, até casar-se apenas por dinheiro. Machado manipula o leitor de tal forma, que a gente não sabe se torce pelo canalha ou se deseja-lhe um triste fim. É genial!
______________________
Quando fui ler o livro, coloquei no meu player um CD que havia acabado de comprar, com músicas de Mozart. Agora imagina: ler uma obra de Machado de Assis escutando a Serenata Noturna de Mozart! Puro deleite cultural!
______________________
E a vida continua...

5

Fala. E cala.

Quero saber o que dizer
Quando bastar dizer
Quero falar com o calar
Para calar o muito falar
________________
O discurso vazio aborrece,
o completo entedia
Saber me expressar é o que me seduz
Sedurzi-me-ei pelo olhar, porém.
_________________
Ter todas as respostas
Não é o que desejo
Penoso é ter todas as perguntas
Redigir tantas interrogações
_________________
Sim, eu quero saber ouvir
Ouvir quem sabe
Compreender a sabedoria
De quem supera níveis elevados
_________________
De fato, falarei até calar
Calarei quando morrer
Morrerei ao me calarem, então
Ouvirei o torpe som do saber...
_________________
... e questionarei o som.
_________________
(Filipe Malafaia Cerqueira, Aracaju, outubro de 2006)

3

Ex-tudo

Nunca gostei de estudar. Nunca fui um aluno exemplar, nem em matérias que me agradavam. Até os professores mais legais enfrentavam minha apatia constante. Isso não era maldade, não era desleixo proposital, era apenas eu mesmo. Nunca fui de esconder-me sob máscaras de caráter. Acontece que de uns tempos para cá, tenho curtido muito o estudo. Quando falo estudo, não digo o hábito da leitura, pois este sempre cultivei com muito prazer; falo de estudar mesmo, debruçar-se sobre um livro de física a fim de tornar-se "fera", uma espécie de garoto sabe-tudo.
Na universidade, tenho me empenhado em tirar as melhores notas da minha vida, e, adivinha só: tem dado certo! Isso se deve à maravilhosa ausência de disciplinas que lidem com números, seres subterrâneos rastejantes, e coisas assim.
Quer saber? Estudar é legal, e pode ser até divertido!
E a vida continua...

5

Tomando o suco da vida

Os últimos dias têm sido bastante atípicos para mim. Minha querida mãe sofreu um acidente: quebrou o pé. Diante deste fato, aconteceu uma reviravolta lá em casa, com a necessidade dos outros três membros restantes da família (minha irmã mais velha mora no Rio) se dividirem e realizarem as tarefas domésticas. A palavra certa é desdobramento, já que a gente teve que administrar nossas atividades diárias - trabalho, faculdade, namoro - de modo que houvesse tempo para cumprir com os afazeres domésticos.
Dentre os três, apenas meu pai é um exímio bombril: mil e uma utilidades. Ester, minha irmã, e eu, somos uma negação quando se trata de laborar no lar. Ou pelo menos, éramos. Agora nós estamos até nos acostumando a lavar a louça, varrer a casa, lavar o quintal, fazer comida, enfim, cuidar de tudo em casa. Com isso, eu percebi o quão é árdua a vida de uma dona-de-casa!
O pé quebrado da minha mãe me deu uma lição muito importante: a de que às vezes é preciso que algumas coisas grandes aconteçam para que nós demos valor às pequenas coisas. Aprendi também que se todo mundo fizer um pouco, ninguém fica sobrecarregado.
Na vida é assim: a gente tem que aprender com os acontecimentos ruins, afim de sugarmos o melhor de tudo. Porque não há nada nem ninguém inútil o bastante, que não tenha algo a nos ensinar.

3

Nada como um pouco de poesia para relaxar...

Aí vai um poema que minha mãe, sempre muito inteligente e contestadora, escreveu há poucos dias:
Quem?
Quem vem de lá,
Quem vem de cá?
Quem é quem,
onde ser alguém
é o mesmo que
ser ninguém?
Mas quem eu sou,
se na terra onde eu estou,
nada sou,
sou ninguém?
Mesmo João
ou José,
sendo Maria
ou Josefa
Tenho um nome
Mas quem eu sou?
João Ninguém,
ou um Zé Mané?
Uma Maria desdentada,
Zefa pé de chulé?
Ser ou não ser
é mesmo a questão?
Ou ter ou não ter
Define a questão?
Quem vem de cá,
Quem vem de lá?
São os filhos da riqueza
de uma pátria mãe gentil?
São os filhos da pobreza
de uma pátria mãe hostil.
Cidadãos com nomes
homens e mulheres varonis?
São de todos os lugares
desconhecidos como alguém,
reconhecidos como ninguém.
Continuam como sempre,
um simples João ou Maria,
alguém que não é ninguém.
(Denise Malafaia Cerqueira, Tobias Barreto, 05/10/06)

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Munique

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Ainda estou um pouco abalado. As imagens, as palavras, as emoções levantadas pelo mais recente filme de Steven Spielberg, Munique, são simplesmente de quebrar o coração. Depois de meses de espera até o filme chegar em DVD (não tem cinema por aqui), finalmente eu pude conferir um dos melhores filmes do ano. Spielberg mostra que sabe muito bem equilibrar filmes-pipoca, os chamados blockbusters, com obras mais pessoais, mais intimistas, voltadas para o ser humano, permeadas de sensibilidade. Munique é assim, emocionante, eletrizante, envolvente.
A trama é inspirada em fatos reais, tendo como pontapé inicial o atentado terrorista à delegação israelense nos jogos olímpicos de 1972, na cidade de Munique, na Alemanha. Radicais árabes fizeram 11 atletas de refém, tentando inutilmente negociar a libertação de presos políticos palestinos. Com as negociações frustradas, os 11 atletas foram mortos brutalmente. O fato chocou o mundo, que tinha os olhos voltados para as Olimpíadas. O filme na verdade é sobre a perseguição perpetrada pelo Mossad, o serviço secreto israelense, para matar todos os 11 homens que planejaram o ataque. A equipe de 5 pessoas encarregada de executar a missão era liderada por Avner Kaufmann (Eric Bana, de Hulk), filho de um herói de guerra. A vingança de Israel custaria mais caro para Avner que para qualquer outro, já que ele teve que se desligar totalmente do Mossad, do governo de Israel, de sua família, de seu munndo. O filme coloca em primeiro plano, além da missão em si, a dor dos homens encarregados dela. É sobre a perda da alma. É sobre o nascimento de um medo irracional, do temor de estar sempre sendo perseguido. Spielberg não poupa o espectador, desfilando cenas de grande impacto, sem jamais conseguir ser piegas. Não é um filme fácil, mas certamente é recompensador.
Dicas para assistir o filme:
  • Preste atenção em Daniel Craig, o colega loiro de Avner. Ele é simplesmente o novo 007;
  • A equipe de Spielberg é a mesma de seu maior clássico, A Lista de Schindler;
  • o filme dura nada menos que 2h 44m. Mas vale a pena!

Bom filme!

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X-Men - O Confronto Final

Quem me conhece sabe: eu sou louco por cinema, quadrinhos, literatura e música, ou seja, tudo o que for cultura pop me interessa e toma meu tempo. Sendo assim, meus 4 queridos leitores devem se perguntar: "Por que ele nunca escreveu nada sobre cinema no blog?" Acontece que minha TV está quebrada, com um defeito que ninguém consegue detectar. O técnico emprestou lá para casa uma outra TV, só que com 14 polegadas e sem entrada para DVD. Isso mesmo, eu estou sem assistir um filme no DVD há cerca de 45 dias! Ou pelo menos estava, já que hoje finalmente quebrei meu jejum forçado.
Assisti esta manhã a X-Men - O confronto final (X-Men - The Last Stand), dirigido por Brett Ratner (o mesmo diretor da série A Hora do Rush, Um Homem de Família e Dragão Vermelho), com um elenco triplicado de personagens bacanas do universo dos quadrinhos. Ao unir duas das minha maiores paixões, eu fui à loucura, ao conferir o melhor de todos os filmes dos mutantes de Xavier. Personagens excelentes, uma trama enxuta mas eficiente, efeitos especiais de primeira, e muita, mas muita emoção! Esta é a maior das qualidades do filme; ao resolver conflitos iniciados com maestria nos dois primeiros episódios da série, Brett Ratner conferiu ao filme uma agilidade necessária a este último (?) capítulo da saga.
Algumas dicas legais para quem for assistir:
  • É preciso gostar de super-heróis e não se importar em ver pessoas voando, confrontos telepáticos, homens de metal, de gelo e de fogo. Pense: isso é entretenimento, e de primeira;
  • Logo no início do filme, o criador dos X-Men, do Homem-Aranha, Hulk, Quarteto Fantástico e muitos outros heróis Marvel, Stan Lee, aparece em uma ponta, regando o jardim no bairro onde mora a jovem Jean Grey;
  • Não desligue o DVD player durante os créditos finais. Avance até o fim dos créditos e veja uma cena fundamental para a conclusão do filme e para a possibilidade de um 4º capítulo.

Ditas estas coisas, divirta-se à beça!

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Lembrando do nada

Um tempo atrás li um artigo na revista Superinteressante que dizia que um terço do universo é constituído de absolutamente nada. Vou repetir: NADA. Não sei porque, mas este pensamento me veio hoje à mente. Se eu pensar no que é nada, reflito que é a ausência de qualquer coisa, que passa a ser a presença do vazio, do vácuo. Logo, não é NADA. É alguma coisa: a ausência de qualquer coisa que não o vácuo.

Ok, eu sei que parece complicado. Talvez seja porque É complicado... Mas não se preocupem, isso é perfeitamente normal, já que este post é só pra dizer que não tem NADA de interessante passando na minha cabeça neste exato momento...

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Puxando a sardinha...

Passado o debate do último domingo na Band, ficou o gostinho de empate. Ambos os candidatos desconversaram quando se sentiram acuados, lançaram na mesa algumas (não todas) cartas que tinham na manga, acusaram quando puderam, defenderam-se quando acusados. Mas no fim das contas, ficamos sem respostas importantes:
  1. Por que Lula parece tão nervoso quando diz que Alckmin está nervoso?
  2. Por que eu tinha sempre a impressão de que o Boechat (mediador do debate) estava a ponto de explodir em gargalhadas?
  3. Por que Alckmin ora assume a autoria tucana do Bolsa Família, ora repudia o Bolsa Família?
  4. Por que Lula não fala olhando para as câmeras, dessa forma olhando para seus eleitores?

Estas e outras perguntas permeiam minha mente. Talvez elas nunca tenham uma resposta. Ou sim... tremei!

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Auto-ajuda

Estabeleça metas. Mire alto. Nunca desista. Olhe para si mesmo. Descubra em quê você é bom. Prossiga. Lute pelos seus sonhos.

Chavões assim quase todo mundo já teve oportunidade de ler em algum livro de auto-ajuda. Quase todos eles trazem conselhos desse tipo, cada um do seu jeito peculiar, mas sempre dizendo as mesmas coisas, usando palavras diferentes (nem tão diferentes assim). Escrevo sobre isso porque já li vários livros do tipo "1001 maneiras de enriquecer", ou "Os 100 segredos das pessoas mais felizes", coisas assim; e nenhum deles me mostrou a coisa mais importante: o segredo da felicidade, o propósito da minha vida não está dentro de mim. Nunca vou descobrir o porquê de estar neste mundo olhando para mim mesmo. O sentido de viver começa e termina em Deus, afinal não podemos dizer a nós mesmos, criaturas, para quê fomos criados. Somente o próprio Criador pode. Ou o Manual de Instruções. Deus deixou-nos seu manual: a Palavra, a Bíblia. Através dela nós podemos encontrar o propósito de nossas vidas.
Pode-se encontrar de tudo na Bíblia, para todos os tipos de pessoa, contanto que busquemos tudo a partir da vontade de Deus para nós. Há pessoas que tentam usar Deus para seu benefício próprio, mas nós é que fomos criados para Deus, não vice-versa.
Somente nele pode-se achar o sentido de tudo, afinal, nada é por acaso. Deus não é um Deus de acasos. Tudo, absolutamente tudo tem um propósito determinado. Pense nisso.
(Inspirado no 1º capítulo do livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren)

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Em cima da hora

No Brasil, as coisas são sempre assim: a gente sempre deixa as coisas para cima da hora, não importa a importância do assunto. Estou falando isso porque eu mesmo sou assim e isso já me causou transtornos enormes, brigas com a noiva, broncas dos pais, olhares tortos dos patrões. Mas por que afinal, a maior parte dos brasileiros sempre deixa tudo para fazer aos 48 do segundo tempo?
Amanhã tenho que enviar um projeto de patrocínio ao Banco do Nordeste e ainda nem imprimi o formulário. Espera aí, a coisa não é tão grave assim. Já imprimi e encadernei as 6 cópias do meu livro, já preenchi o formulário, já peguei as ilustrações do livro. Só falta imprimir o dito formulário! Pelo menos desta vez, não fiz o que devia tão apressadamente assim. Mas não é assim que a vida tem sido comigo. Escrevo isso talvez como sendo um desabafo, uma tentativa de exorcizar essa mania. Quem sabe a partir de hoje eu não mude (Deus abençoe o Blogger!)?
É, quem sabe Papai Noel exista...

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Brasília nunca mais será a mesma!!!

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Taí uma verdade difícil de encarar!!!

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A bela história de Cristovam

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Cristovam Buarque teve menos de 3% dos votos válidos, o que deveria colocá-lo na condição de um inexpressivo candidato. Mas é um vencedor.Venceu, inicialmente, porque foi o primeiro candidato presidencial em toda a história do Brasil a colocar a educação como a prioridade das prioridades. Durante toda a campanha, bateu na mesma tecla, apesar de saber que isso lhe faria parecer chato. Disse o que acreditava; e, diga-se, não é uma invenção de campanha, afinal ele sempre acreditou na educação como uma chave para o desenvolvimento nacional. Está na sua biografia ter sido um dos principais criadores de uma das melhores idéias sociais brasileiras, a bolsa-escola.

Venceu, também, porque ele está navegando em uma onda contemporânea, que, com a eleição, lhe deu visibilidade e o fez recuperar o desgaste de ter sido ministro de Lula, demitido por telefone. Numa campanha de poucas idéias, Cristovam se apresentou como defensor de um projeto não apenas viável mas indispensável para o país.

Com seus 3%, que significam cerca de 2,5 milhões de votos, ele apenas adiantou o que, mais cedo ou mais tarde, um presidente terá de fazer se quiser mesmo tirar o Brasil da indigência mental e da pobreza material. Ter idéias, e lutar, e ficar sozinho por elas talvez não renda votos. Mas dá uma bela história. Já é uma coisa neste país de gente com muitos votos, poucas idéias --e quase nenhuma história.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

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Parabéns, Heloísa!

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Hoje assisti a um pronunciamento da senadora Heloísa Helena, candidata a presidente. Foi emocionante constatar a sinceridade e humildade desta mulher, que conseguiu mostrar a todo o Brasil que é possível fazer uma campanha limpa, simples e digna. Em seu discurso esta tarde no Senado, a senadora declarou que sua campanha não teve dinheiro para gravar novos programas para a TV, disse que nas viagens pelo país não tinha motorista, apenas seus companheiros partidários, que dirigiam. Um dormia na casa do outro. Sinto-me honrado de ainda ter no Senado Federal alguém tão comprometido com a verdade, tão merecedor de todo crédito.

Nossa querida parlamentar agradeceu por todas as blusas brancas que lhe foram presenteadas, citou um a um os votos que teve em cada estado: foram mais de 6 milhões! E ainda afirmou algo que a gente já esperava, dada a sua luta pela integridade: não se aliará a nenhum dos dois candidatos neste segundo turno.

Escrevo este post para proclamar a todos os meus 4 leitores que nós, como brasileiros que somos, precisamos de mais exemplos como este. Precisamos de mais pessoas com coragem de falar a verdade, não importando as consequências. Gente honesta, trabalhadora, que valoriza cada centavo recebido das mãos do povo, que não tem nada a temer.

Parabéns, Heloísa! Você mostrou ao Brasil uma política que não conhecíamos, uma política que sonhávamos. É possível fazer do Brasil um lugar justo. Basta que cada um de nós façamos nossa parte. Heloísa tem feito a dela.

Leia mais sobre ela aqui.

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Sobre dizer o que se pensa

Ainda não encontrei jeito melhor de exercitar a mente do que expressando-se. Quem nunca diz aquilo que pensa não sabe argumentar, não organiza as idéias, não desenvolve pensamento crítico, logo é levado por qualquer um que tenha uma boa retórica (ou seja, a boa e velha lábia). É por isso que às vezes eu sou tido como chato, por dizer o que penso - nos momentos oportunos, vale a pena ressaltar -, por defender aquilo em acredito, seja no âmbito cultural, religioso, político ou pessoal.

É claro que a gente não está sempre certo. Na verdade, até erramos muito. Por causa disso, é bom que se pense bem antes de emitir qualquer opinião fora de hora, qualquer pensamento que pareça oportuno. Um bom exemplo disso é quando eu estou dando aula e de repente algum aluno incauto (olha eu opinando aí) solta uma pérola do tipo: "Pearl Harbor é o melhor filme que eu já vi em toda a minha vida!" Eu fico uma fera, mas sou obrigado a me conter, a não expressar minha opinião, já que este não é o objetivo de uma aula de inglês. Ou quando estou conversando com a avó de minha noiva e ela diz que vai votar em Lula porque ele é um homem honesto, verdadeiro; nestas horas, é preciso se conter. Nem sempre é a hora certa.

Quando vem o desejo imenso de falar o que penso, doa a quem doer, lembro da palavra de Jesus, em Mateus 15:11: "Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem."

Portanto, às vezes, é melhor calar do que falar. O problema é quando as pessoas levam isso até a morte, e nunca aprendem a argumentar, debater de forma saudável.
Viva o pensamento crítico!

E a vida continua...

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Segunda chance

Não, eu não sabia. Eu não fazia a menor idéia de que haveria um segundo turno para presidente. O que eu sabia era que havia a necessidade de uma prorrogação da decisão final do povo. Tornava-se imprescindível mais alguns dias. Foi o que aconteceu. O próprio presidente do PT, Ricardo Berzoini admitiu que foi um erro de Lula não ter comparecido ao debate da Globo (veja post anterior). Agora ele admite...

O fato é que, a partir de agora, a coisa complica para Lula, já que ele terá que buscar o apoio dos outros candidatos, os mesmos que o vilipendiaram, o acusaram, os que aproveitaram sua cadeira vazia para fazer o que talvez não fizessem tivesse ele comparecido ao debate.

Quanto a mim, fica mais difícil não admitir minha admiração pelo Alckmin. Não acho que ele seja o tal "picolé de chuchu" alardeado pela imprensa tão apegada aos apelidos. Se Alckmin é ou não o dito picolé, eu não sei. Mas ele aproveitou esse pseudônimo involuntário para brincar e puxar a sardinha para o lado dele: disse que o Brasil vai criar empregos "pra chuchu", que seu governo será um "chuchuzinho" (leia a notícia completa aqui).

Que seja. Como eu já disse, a vida continua. Sem Lula, ela será muito melhor.

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