Depois de consolidar seu espaço nas bilheterias e se tornar um dos estúdios de maior sucesso em Hollywood com Homem de Ferro, sua sequência de 2010 e O Incrível Hulk, o Marvel Studios dá continuidade à construção de seu universo dos quadrinhos no cinema, com a adaptação do deus asgardiano Thor. Um personagem bem menos conhecido que Homem de Ferro e Hulk, o Deus do Trovão se diferencia bastante dos outros dois heróis do panteão Marvel, por virar as costas para a ciência e a tecnologia e se voltar para a fantasia e a magia. Afinal, Thor é o Deus do Trovão, filho de Odin, que governa sobre Asgard, uma espécie de Olimpo na mitologia nórdica. Nada poderia ser mais fantasioso do que isso.
Apesar disso, o filme do inglês Kenneth Branagh ainda encontra um equilíbrio entre fantasia e ficção científica, ao dividir a trama em dois momentos: o primeiro mostra Thor (Chris Hemsworth) como um jovem príncipe de Asgard, impulsivo e belicista que deseja mostrar-se digno do trono de Odin (Anthony Hopkins) por meio da guerra contra o reino inimigo de Jotunheim, habitado pelos gigantes do gelo. Desobedecendo às ordens do pai, Thor reúne os guerreiros mais poderosos de Asgard - Loki (Tom Hiddleston), Volstagg (Ray Stevenson), Hogun (Tadanobu Asano), Fandral (Josh Dallas) e a guerreira Sif (Jaimie Alexander) - para atacar a terra dos gigantes do gelo em retaliação a um ataque destes à sala das relíquias de Asgard. A cena é impressionante, com Thor e seus amigos mostrando força e poder que destrói vários inimigos. Os guerreiros, porém se veem encurralados e são salvos após a intervenção do próprio Odin, que pune Thor por sua desobediência banindo-o para Midgard, conhecida por nós como Terra.
É quando a fantasia e a mitologia dão lugar à ciência, no segundo momento do filme. Desprovido de seus poderes, Thor conhece a astrofísica Jane Foster (Natalie Portman) e sua equipe de cientistas que investiga estranhas tempestades no deserto do Novo México. Jane mal desconfia que está prestes a descobrir a realidade de uma outra dimensão, onde vivem deuses superpoderosos que habitam uma civilização avançadíssima.
Claro que Thor aprenderá a deixar de lado sua arrogância para provar-se digno de empunhar Mjolnir, o mítico martelo dos deuses que só ele pode segurar. No meio disso tudo ainda há tempo para um esperado romance com Jane e, obviamente, as aguardadas aparições de personagens importantes do universo Marvel que terão mais espaço no futuro filme da superequipe Os Vingadores, que já está em plenas filmagens.
A atuação de Chris Hemsworth no papel principal é digna de nota. O ator desconhecido mostra-se bem à vontade ao encarnar um personagem com tamanha carga dramática, e Thor está bem representado nas telas. Todo o elenco está ótimo, com exceção de Rene Russo, como a mãe de Thor, que por aparecer muito pouco, mal chega a ser mencionada pelos críticos, ou lembrada pelo público.
O resultado final de Thor é uma aventura de proporções épicas, e boa dose de emoção, mas que perde um pouco seu ritmo e grandiosidade quando tenta ser engraçadinha, especialmente pela presença da personagem de Kat Dennings, uma assistente de Jane Foster que para nada mais serve além de ser o alívio cômico. Nada que não possa ser deixado de lado diante de um filme tão legal, que coloca mais um tijolo no universo Marvel nos cinemas.
Com mais de 400 milhões de dólares arrecadados nas bilheterias mundiais, não há nada mais previsível do que dizer que a Marvel ainda tem muito a fazer no cinema, brindando o público com novos e fascinantes personagens a cada ano. E que venha Os Vingadores!
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