Confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha quando a Disney anunciou a produção de um novo Piratas do Caribe. Afinal, depois de dar claros sinais de cansaço com a terceira parte da franquia, No Fim do Mundo, o que menos se esperava era uma continuação daquelas aventuras. Com um roteiro muito confuso e pouquíssima ação, o terceiro filme mostrou-se uma decepção para o público, ainda que mesmo em meio a essa frustração, ainda era possível se divertir com as caras e bocas de Johnny Depp como o capitão Jack Sparrow.
E foi justamente com Sparrow em mente que o produtor Jerry Bruckheimer decidiu seguir adiante com a série. A nova possível trilogia deixaria de lado o casal formado por Orlando Bloom e Keira Knightley e se concentraria no carisma indiscutível de Johnny Depp. E assim foi. E Navegando em Águas Misteriosas é exatamente bem sucedido por colocar todo o peso do protagonismo sobre os ombros de Sparrow, quem sempre fora o personagem principal de fato.
O filme começa com Gibbs (Kevin McNally), imediato do navio Pérola Negra, sendo julgado por pirataria em Londres. Acontece que o juiz do caso não é ninguém menos que o próprio Jack Sparrow, que livra o amigo de ser enforcado, em um (quase) elaborado plano de fuga. Contar mais da trama, que está apenas começando, seria estragar o prazer de descobrir detalhes muito divertidos e interessantes de um roteiro bem esperto e criativo, sem apelar para subtramas irrelevantes, um dos muitos erros de No Fim do Mundo. Basta saber que Sparrow vai causar uma tremenda bagunça na corte do rei da Inglaterra, descobrir por onde anda o capitão Barbossa (Geoffrey Rush), se deparar com o mítico pirata Barba Negra (Ian McShane) e sua astuta filha (Penélope Cruz), navegar por águas habitadas por sereias e sair em busca da tão falada Fonte da Juventude, verdadeiro MacGuffin (quer saber o que é isso? Clique aqui) de Navegando em Águas Misteriosas.
Fator crucial para tamanha mudança de rumo da série foi a escolha de um novo diretor para conduzir a saga, Rob Marshall, cineasta acostumado com musicais de sucesso, como Chicago e Nine, mostrando-se muito confortável na direção de uma superprodução repleta de efeitos especiais e cercada de expectativa pelos fãs e desconfiados de plantão. Marshall não deixa a peteca cair, e conduz com muita propriedade a aventura milionária.
Como não poderia deixar de ser, o filme ainda termina com um gancho para uma sequência (que certamente acontecerá), preparando o terreno para uma nova franquia. Verdade seja dita, enquanto Johnny Depp não se cansar de Jack Sparrow, plateias do mundo inteiro ainda estarão dispostas a pagar ingresso para apreciar um personagem tão divertido. Com um roteiro bacana e um ótimo elenco de apoio, a experiência fica ainda melhor.
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