James McAvoy vem aos poucos pavimentando seu caminho para se tornar um astro no panteão de Hollywood. A cada novo filme o ator vem provando seu talento, ao contracenar com colegas do mais alto calibre na Meca do cinema, como Angelina Jolie (Procurado), Keira Knightley (Desejo e Reparação) e agora Kevin Kline, neste Conspiração Americana, filme que marca a volta à direção de Robert Redford.
O filme de tribunal conta a história de como se deu o julgamento dos responsáveis pela conspiração que resultou no assassinato do presidente Abraham Lincoln, mas focando especialmente no caso de Mary Surrat, mãe de um dos conspiradores, John, cujo único crime foi o de ter dado à luz seu filho. James McAvoy está excelente no papel de Frederick Aiken, advogado que lutou na Guerra Civil contra o exército dos confederados a favor da União. Aiken é encarregado da defesa de Mary (Robin Wright, ex-senhora Sean Penn, que ficou marcada por seu papel em Forrest Gump - O Contador de Histórias), mesmo acreditando na culpa da ré.
Conspiração Americana é um desses filmes que se utiliza de um fato histórico conhecido para apontar para uma situação atual, neste caso a paranoia que tomou conta dos EUA depois dos ataques de 11 de setembro, com as autoridades acusando qualquer um que sequer parecesse árabe. No caso do filme em questão, o assassinato de Lincoln gerou no Secretário da Guerra, Edwin Stanton (Kevin Kline), um desejo que a justiça fosse deixada de lado e a vingança fosse executada à sua maneira.
Em um momento emblemático do filme, o promotor (Danny Huston) declara ao advogado de defesa a frase que resume todo o filme: "Em tempos de guerra, a lei silencia."
O que é questionado na obra de Robert Redford é até onde deve-se ir para dar culpados ao povo. O personagem de James McAvoy se questiona a respeito e vai até as últimas consequências legais na defesa de Mary Surrat, ainda que seja um caso perdido.
A bela reconstituição de época e a fotografia deslumbrante são elementos adicionais que tornam Conspiração Americana ainda mais interessante. O filme está previsto para estrear nos cinemas brasileiros em setembro, mas dado o resultado pífio nas bilheterias americanas, eu apostaria no lançamento direto para DVD em terras brazucas.
Fica a recomendação de um ótimo drama de tribunal e um filme que levanta questões cruciais concernentes à contrariedade entre justiça e vingança.
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