É oficial: Clint Eastwood é o maior cineasta americano vivo. Ele consegue passar da barreira dos 80 anos ainda lançando um filme por ano e mantendo a qualidade altíssima de cada produção. Até os filmes medianos do diretor são superiores a 90% das bobagens jogadas a cada ano nos cinemas mundiais.
Em Invictus (EUA, 2009), a lenda do cinema conta a história de outra lenda viva: Nelson Mandela. Mas não se trata de uma biografia do líder ativista pelos direitos civis mais fascinante da história. Invictus limita-se a um momento sublime da África do Sul, quando Mandela é solto da prisão depois de 27 anos e elege-se presidente do país pela maioria negra, encerrando séculos de opressão por um regime racista e desigual. Ao se deparar com os desafios da presidência, além de encontrar uma nação desunida e à beira de uma possível guerra civil, Mandela apela para algo que é comum a todos os sul-africanos: seu amor pelo esporte.
Para unir o país separado por anos de Apartheid, ele alista a seleção nacional de rugby na quase impossível missão de vencer a Copa do Mundo de Rugby, que aconteceria na própria África do Sul, em 1995.
Com um ritmo ágil e diálogos marcantes, Invictus conquista pelo tema, mas também por outras qualidades notáveis. O elenco está excelente, liderado por Morgan Freeman como Mandela e Matt Damon como François Pienaar, capitão da seleção de rugby. Pienaar tem a função de conduzir seu time não somente à vitória, mas a ser exemplo de reconciliação e perdão, objetivo primordial de Mandela em seu primeiro mandato.
Aliás, a mensagem de perdão não é algo que se escuta muito no cinema moderno, tão recheado de vinganças e revanches; talvez a fala mais tocante seja a dita por François Pienaar: "Não entendo como alguém que passou 30 anos em um cubículo saia de lá disposto a perdoar todos aqueles que fizeram isso com ele."
É justamente disso que trata Invictus - a história de um homem que sabia perdoar, e ensinou o mesmo a todos os que o conheceram.
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