Farrapo Humano (da Série 1001 Filmes)

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O filme venceu 4 Oscar
Há 65 anos chegava aos cinemas um dos primeiros filmes realistas da história. Farrapo Humano (The Lost Weekend, EUA, 1945), dirigido por Billy Wilder e estrelado por Ray Milland e Jane Wyman, foi um choque para as plateias americanas em seu lançamento. O público não estava acostumado a ver os heróis do cinema se embriagando e se humilhando em uma jornada rumo ao fundo do poço. As comédias românticas e filmes de guerra com bravos homens conquistando e derrotando seus inimigos eram o que aparecia nas telas. Mas Don Birnam, personagem de Farrapo Humano, não tinha nada de heroico. Ele é um escritor com bloqueio criativo, cuja dependência do álcool o está destruindo, que é amado por uma bela e doce mulher que não abre mão da esperança de vê-lo curado do vício.
Billy Wilder, que depois dirigiria outros clássicos incontestáveis como Quanto Mais Quente Melhor e Se Meu Apartamento Falasse - todos na lista dos 1001 filmes para ver antes de morrer - passou a ser levado a sério como cineasta depois de ganhar o Oscar de direção por este filme. Wilder não teve escrúpulos ao mostrar com o máximo de realismo permitido pela conservadora Hollywood dos anos 1940 a dura rotina de alguém que faz do vício sua própria vida. Conta a história que fabricantes de bebidas ofereceram 5 milhões de dólares à Paramount para que o estúdio não lançasse o filme, com medo de verem sua imagem deteriorada pelo verdadeiro retrato do que o álcool pode fazer na vida de um homem.
Ray Milland, com atuação também premiada com o Oscar, faz qualquer um acreditar que realmente bebeu durante as filmagens, tão soberba é sua performance.
Farrapo Humano tornou-se revolucionário, e permanece até hoje como um dos retratos cinematográficos mais cruéis e verossímeis de um vício já visto.

3 Comente aqui!:

  1. Ismael Angelus disse...:

    Esse com certeza é um dos meus filmes favoritos ao lado do Oldboy. Recentemente pude comprá-lo nas Americanas por R$ 10,90! Qual não foi a minha satisfação!

    Filmes como "Casablanca" e o "O Sol Tornará a Brilhar" também nessa faixa de preço é simplesmente uma ótima oportunidade de aumentar a videoteca.

  1. Ismael Angelus disse...:

    (Tentei assistir esse filme com a minha namorada que não se interessou em ver mais do que alguns minutos, particularmente parou na cena em que o 'herói' entra no bar munido de duas garrafas em sacos junto de frutas como 'camuflagem')

    É difícil não fazer um paralelo entre o personagem do Ray, o escritor Charles Bukowski e o Hank do Californication.
    Beberrões poéticos na maioria são incrivelmente cativantes.

  1. Anônimo disse...:

    Olá!
    Assisti ontem esse filme.
    Achei o Ray Milland maravilhoso. De vez em quando é bom alimentar os olhos com talento.
    Achei o roteiro excelente.
    E o mais interessante é que a frustração como escritor que o levou ao alcoolismo.
    Como sou escritora, para mim particularmente interessante.
    Um abraço
    http://nuncavouparaacamasozinha.blogspot.com.br/

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