Alguns filmes são tão marcantes e envolventes que sempre que temos a chance, os assistimos novamente. Nem precisa ser nenhuma superprodução, ou vencedor de Oscar; basta ter algum apelo que o torne cult para sua reprise ser imperdível. Listei alguns deles. Leia e depois comente.
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Surge uma lenda: Indiana Jones |
10. Os Caçadores da Arca Perdida (1981) - Steven Spielberg (na direção) e George Lucas (na produção e no roteiro) fizeram deste o filme de aventura definitivo. Ao homenagear os antigos filmes e seriados para cinema lançados nos anos 30 e 40, a dupla criou um personagem inesquecível, em um clássico recheado de cenas antológicas: Indiana Jones correndo de uma enorme pedra rolante; em um duelo não muito justo contra um árabe muito habilidoso, mas que não contava com a arma do arqueólogo; o clímax empolgante, com o público (e Indy) descobrindo o que há de fato dentro da Arca da Aliança. Com um herói humano e com muitos medos (o de cobras, por exemplo),
Os Caçadores da Arca Perdida não sai da memória de quem o assiste, e é sempre uma reprise que paramos para ver.
9. Matrix (1999) - O último ano do século XX parecia fadado ao domínio de
Star Wars - A Ameaça Fantasma, quando uma ficção científica da qual ninguém tinha ouvido falar aportou nos cinemas para a dominação mundial.
Matrix renovou o cinema sci-fi, estabelecendo padrões que seriam imitados em muitas outras produções. Com sua mistura bem sucedida de filosofia oriental, messianismo cristão, kung-fu e cenas de cair o queixo, o filme dos irmãos Wachowski se estabeleceu como o filme a ser visto em 1999, mas não somente naquele ano; as reprises deste clássico instantâneo ainda prendem a atenção até de quem já o viu várias vezes. É impossível resistir ao mundo real (ou ao charme de Trinity).
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Exterminador: revolução dos efeitos especiais |
8. O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) - Lembro-me como se fosse hoje: o Jornal Hoje noticiando a nova revolução do cinema de efeitos especiais, com o cyborg vivido por Robert Patrick se desfazendo em cristal líquido e logo se refazendo. Aquelas imagens, somadas a um roteiro ágil e inteligente, levaram multidões aos cinemas para ver Arnold Schwarzenegger pronunciar uma das falas mais citadas na história do cinema: "Hasta la vista, baby." James Cameron se firmava como uma das mentes criativas mais importantes de Hollywood enquanto pavimentava seu caminho para produzir outros filmes dignos de reprises, como veremos a seguir nesta lista. Reprisado à exaustão no Domingo Maior, ainda assistimos. Prova que a mitologia que Cameron criou continua viva no imaginário de todos os amantes do cinema.
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Russel Crowe se prepara para fazer história |
7. Gladiador (2000) - Os filmes épicos estavam em baixa quando Ridley Scott dirigiu este drama magistral, passado em pleno Império Romano. O diretor recrutou Russel Crowe, que começava a ganhar visibilidade no cinema depois de
Los Angeles - Cidade Proibida e
O Informante, para assumir o papel do general Maximus, herói de Roma que é traído, perde sua família e se torna gladiador, para então fazer justiça. Joaquin Phoenix como o ambicioso e covarde Commodus é o antagonista perfeito em um filme muito próximo da perfeição. A recriação da Roma antiga em computação gráfica ainda hoje, 11 anos depois, impressiona. E
Gladiador nunca deixa de ser reprisado e assistido por quem aprecia um excelente filme.
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Clímax de Duro de Matar: herói mais realista |
6. Duro de Matar (1988) - O fim dos heróis estilo "exército-de-um-homem-só" que imperaram na década de 80 foi decretado quando John McClane fugiu de uma explosão, descendo vários andares de um prédio dominado por terroristas pelo lado de fora do edifício, segurando apenas uma mangueira de incêndio. Bruce Willis foi catapultado para o estrelato como um herói mais realista, que se machuca a ponto de quase morrer várias vezes, e em muitos momentos não sabe como deve agir. McClane apenas sabe de uma coisa: não quer que sua vida termina ali, sem que ele salve sua ex-esposa das mãos de terroristas. A determinação do protagonista é o motor que conduz
Duro de Matar, tornando o filme em um dos mais queridos (e assistidos) da história. Reprise com diversão garantida.
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Jack Sparrow entra em cena e rouba o filme |
5. Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra (2003) - Não era Jack Sparrow o personagem principal deste filme. Mas ninguém avisou ao público, nem ao próprio Johnny Depp, uma vez que o pirata cheio de trejeitos e ultracarismático vivido pelo ator simplesmente é a alma e o coração da produção de Jerry Bruckheimer, dirigida por Gore Verbinski. Depp tanto roubou a cena que, encerrada a trilogia original, os personagens de Orlando Bloom e Keira Knightley sequer retornaram para a quarta parte da franquia,
Navegando em Águas Misteriosas. E olha que ninguém levava a sério a tentativa da Disney de transformar um brinquedo de um dos seus parques em superprodução, ainda mais se levarmos em conta o fato de que filmes de piratas não faziam sucesso há muito tempo. Mas eis que
Piratas do Caribe tornou-se a grande surpresa de 2003, gerando três sequências (até o momento) e virando uma das reprises mais legais de se ver.
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'Tropa' é marco no cinema nacional |
4. Tropa de Elite (2007) - Alguém conseguiu assistir a este filme de José Padilha e não se impressionar? O épico estrelado por um magnífico Vagner Moura (no papel que definiu sua carreira) retrata uma realidade muito próxima da nossa, o que faz de
Tropa de Elite um filme obrigatório. Não se trata de um mero filme de ação - embora as cenas de ação sejam de padrão de qualidade internacional. Este é um filme forte, que não teme em abordar assuntos fundamentais para que compreendamos o Brasil do século XXI. A cada reprise, ainda que nos incomodemos com alguma violência gráfica, nos apegamos mais a alguns os bordões mais repetidos do cinema brasileiro. Ou alguém se lembra de algum outro filme nacional que tenha gerado tanta comoção como
Tropa de Elite o fez?
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Tom Hanks em papel inesquecível |
3. Forrest Gump - O Contador de Histórias (1994) - "Eu não sou idiota; idiota é quem faz idiotice." "A vida é como uma caixa de bombons; a gente nunca sabe o que vai encontrar." Essas frases pronunciadas por Tom Hanks no papel do personagem título deste filme são apenas algumas das coisas marcantes que fazem com que amemos tanto a produção dirigida por Robert Zemeckis. Forrest Gump é um jovem com problemas mentais que vive alguns dos momentos mais importantes da história americana. É impossível não se apegar a ele, com sua pureza, ingenuidade e dedicação aos amigos. Gump é o personagem ideal em um mundo tão cínico e cruel. A trilha sonora belíssima, composta por Alan Silvestri também contribui para que cada fotograma de
Forrest Gump - O Contador de Histórias seja digno de arrancar lágrimas do mais durão dos espectadores. Que mais reprises venham.
2. Independence Day (1996) - Se hoje os filmes-catástrofe são quase uma constante todos os anos, é graças ao diretor Roland Emmerich, que fez da destruição virtual de monumentos e prédios famosos quase uma forma de arte. Como se isso não fosse motivo para não perder nenhuma reprise de
ID4, o filme ainda lançou ao estrelato Will Smith, na época figura quase desconhecida que se tornou o rei do 4 de julho. Explico: grande parte dos filmes de Smith desde então foram lançados no feriado da independência estadunidense e (com exceção de
Wild Wild West) foram sucessos esmagadores. A trama não é novidade para ninguém, mas todo mundo ainda vibra quando o cachorro, como sempre, escapa da explosão no túnel. Por acaso estou mentindo?
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Leo e Kate: a gente não cansa de ver |
1. Titanic (1997) - Garota conhece garoto. Os dois se apaixonam. Eles são de classes sociais muito diferentes. Estamos na década de 1920. Os dois são passageiros do Titanic. Todo mundo sabia como terminava, mas o filme de James Cameron (ele de novo) foi o blockbuster que mais fez jus à expressão, pelo menos até o mesmo Cameron lançar seu
Avatar. Tendo gerado mais de 1 bilhão nas bilheterias, conquistado 11 Oscar e tornado seu herói, Leonardo Di Caprio, "Rei do Mundo",
Titanic é daqueles filmes que todo mundo adora falar que não aguenta mais ver, mas ninguém resiste a mais uma vez testemunhar a história acontecendo.
Um que não aguentamos mais:
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Não, por favor, não! |
A Lagoa Azul (1980) - Por favor, Globo! Ninguém suporta mais uma reprise deste romance açucarado que suscitou uma onda de outros filmes semelhantes e ainda gerou uma sequência ainda mais esdrúxula. Uma espécie de Robinson Crusoé para meninas,
A Lagoa Azul foi um tremendo sucesso de bilheteria e ainda hoje dá muita audiência, ou não seria reprisado quase 5 ou 6 vezes por ano! A grande dúvida é: será que a Sessão da Tarde não pode voltar a ser legal?