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O Discurso do Rei

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Ontem à noite aconteceu a entrega do SAG Awards, o prêmio anual promovido pelo Sindicato dos Atores. Este prêmio tem ganhado importância e relevância a cada ano, e serve como um termômetro claro para o Oscar. Acontece que este ano o filme premiado por seu elenco no SAG não foi A Rede Social, e sim O Discurso do Rei, uma pequena pérola que vem ganhando força nas bolsas de aposta para a grande festa do cinema mundial.
Com doze indicações, o filme de Tom Hooper relata a ascensão de George VI ao trono britânico e o surgimento da amizade deste com seu terapeuta vocal, que o ajudou a superar a gagueira para que seus discursos estivessem à altura da posição de um rei.
Estrelado por Colin Firth (George VI) e Geoffrey Rush (o terapeuta vocal Lionel Logue), O Discurso do Rei é uma obra tocante, que dosa equilibradamente o mais fino humor inglês e o drama político, tornando o ato de assisti-lo um verdadeiro deleite.
Firth está excelente no papel do rei inseguro devido à sua gagueira. Sua atuação, entretanto, é muito segura, e ele deve ser o vencedor do Oscar em sua categoria. Já Geoffrey Rush é tão bom que por vezes rouba a cena de seu colega, enchendo a tela de vigor e paixão pela maravilhosa história que está contando.
Tendo vencido o prêmio dos sindicatos dos atores e dos diretores, principais votantes no prêmio da Academia, O Discurso do Rei surge como um possível estraga-prazeres para a festa antecipada de A Rede Social. Essa briga vai ser boa de ver.

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Palpites para o Oscar 2011 - Parte 1

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Todo ano é a mesma coisa. Assim que saem as indicações para o maior prêmio do cinema mundial, cinéfilos de todo o planeta começam a fazer suas previsões sobre quem serão os grandes vencedores. Comigo não é diferente. Apesar de sempre ter feito essas 'previsões' em particular, eu nunca havia escrito um texto a respeito. Mas este ano não resisti, já que acertei todas as indicações a melhor filme; quem sabe não acerto também nos premiados de algumas categorias, isso seria legal. Aí vão as indicações e minhas análises sobre quem considero os favoritos aos prêmios:

Melhor Filme
O Vencedor
Minhas Mães e Meu Pai
Inverno da Alma
O Discurso do Rei

Uma das listas de indicados com o maior número de excelentes filmes dos últimos anos, a seleção deste ano traz ótimas opções para o público, com os mais variados gêneros. Com todo o barulho e aclamação dos críticos, A Rede Social saiu na frente, ao ganhar o prêmio dos críticos no Critics' Choice; uma semana depois foi a vez de O Discurso do Rei vencer na categoria Melhor Filme - Drama no Globo de Ouro, colocando o filme de época no páreo. A briga será entre estes dois, apesar de Cisne Negro e Bravura Indômita correrem por fora. Opinião do blogueiro: a estatueta vai para O Discurso do Rei, filme com mais 'cara de Oscar' dentre os indicados.
Oscar do blogueiro: em um mundo perfeito, Toy Story 3 seria o ganhador. Afinal, trata-se de um filme perfeito.

Melhor Ator
Javier Bardem - Biutiful
Jesse Eisenberg - A Rede Social
Jeff Bridges - Bravura Indômita
Colin Firth - O Discurso do Rei
James Franco - 127  Horas

Muitos analistas apontam o favoritismo amplo de Colin Firth, no papel do rei George VI em O Discurso do Rei. Ainda não assisti o filme, mas com tantas críticas positivas, e toda comoção com a atuação de Firth, o ator é provavelmente quem já tem o jogo ganho. Vale a pena lembrar, entretanto, que os críticos não votam no Oscar, apenas os membros da Academia, que são profissionais da produção cinematográfica, aqueles que já foram indicados ao prêmio anteriormente. Neste caso, Jeff Bridges pode sonhar com sua segunda estatueta (ano passado ele ganhou por Coração Louco), já que é um dos atores mais queridos por seus colegas de Hollywood, sem desmerecer seu trabalho fantástico em Bravura Indômita, como o xerife bêbado Rooster Cogburn, que entra em território indígena para capturar um assassino. Opinião do blogueiro: e o Oscar vai para... Colin Firth! Oscar do blogueiro: gosto do Colin Firth, sou fã do Jeff Bridges, mas basta assistir a 127 Horas que a torcida vai para James Franco!

Melhor Atriz
Annette Bening - Minhas Mães e Meu Pai
Nicole Kidman - Reencontrando a Felicidade
Jennifer Lawrence - Inverno da Alma
Natalie Portman - Cisne Negro
Michelle Williams - Namorados Para Sempre

Segundo analistas, a batalha pela estatueta se dará entre Annette Bening e Natalie Portman, com a última saindo na frente por ter vencido o prêmio dramático no Globo de Ouro; Annette também foi a vencedora na categoria Comédia/Musical na mesma premiação, mas papéis cômicos não costumam vencer. A Academia historicamente prefere atuações femininas mais dramáticas. Neste quesito, a atuação de Natalie Portman como a bailarina obcecada pela perfeição em Cisne Negro é simplesmente arrebatadora. Opinião do blogueiro (e Oscar do blogueiro): justiça deve ser feita, com o prêmio indo para Natalie Portman.

Melhor Ator Coadjuvante
Christian Bale - O Vencedor
Jeremy Renner - Atração Perigosa
John Hawkes - Inverno da Alma
Geoffrey Rush - O Discurso do Rei
Mark Ruffalo - Minhas Mães e Meu Pai

Há um tempo que Mark Ruffalo tem apresentado ótimas atuações, como em Ensaio Sobre a Cegueira, mas desta vez é provável que Geoffrey Rush, como o técnico vocal de O Discurso do Rei, conquiste o segundo Oscar da carreira (o primeiro foi por Shine - Brilhante, como Melhor Ator). O único outro indicado que aparece como possível estraga-prazeres de Rush é Christian Bale, que rouba a cena em O Vencedor, como o antigo campeão de boxe que treina seu irmão para seguir o mesmo caminho. Opinião (e Oscar) do blogueiro: não posso ser irresponsável, já que ainda não assisti a nenhum dos dois filmes, mas assim que assistir, atualizarei este post e apontarei meu favorito!

Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Adams - O Vencedor
Melissa Leo - O Vencedor
Helena Bonham Carter - O Discurso do Rei
Hailee Steinfeld - Bravura Indômita
Jacki Weaver - Reino Animal

Talvez a categoria com maior indefinição seja esta, que conta com duas atrizes indicadas pelo mesmo filme, e uma revelação que se mostra muito talentosa: Hailee Steinfeld, a jovem de 14 anos que demonstra imenso talento como a menina que contrata Jeff Bridges para capturar o assassino de seu pai. Oscar do blogueiro: gostaria muito de ver Hailee Steinfeld subir ao palco. Dá para pensar que estou sonhando demais, mas basta lembrar da vitória de Anna Paquin, que em 1994, aos onze anos, foi a vencedora na categoria por O Piano.

Na segunda parte deste artigo, analisaremos as categorias Direção, Roteiro Adaptado e Roteiro Original. Não perca!
 

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127 Horas

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Danny Boyle, o diretor de 127 Horas, conhece o caminho das pedras até o Oscar. Foi ele o vencedor em 2009, pelo magnífico Quem quer ser um milionário?, realizado com meros 15 milhões de dólares, premiado com oito prêmios da Academia e adorado pelo público, que colocou mais de 140 milhões de dólares nas bilheterias somente nos EUA.
Com 127 Horas, produzido por apenas 18 milhões de dólares, o cineasta prova mais uma vez que é possível gastar pouco e realizar uma obra densa, interessante e marcante no coração da audiência. James Franco estrela no papel de Aron Ralston, um montanhista radical que durante uma trilha nos canyons de Utah cai em um local inóspito, com a mão direita presa a uma pedra, sem celular, e toma medidas desesperadas para sobreviver.
James Franco está estupendo como o personagem real, que no decorrer do filme se mostra arrogante e egoísta, não se importando em avisar a ninguém sobre aonde estava indo. Sem desmerecer nenhum outro membro da equipe, o filme é inteiramente de Franco, merecidamente indicado ao Oscar.
Vale destacar também, entretanto, o excelente trabalho de edição, tão ágil que não permite que os quase 90 minutos de projeção fiquem entediantes.
Não há como não mencionar que em muitos cinemas onde o filme já foi exibido (no Brasil a estreia é em 18 de fevereiro) algumas pessoas tiveram convulsões, taquicardia e até abandonaram a sala de projeção, tudo graças a uma cena específica que, de tão bem realizada, é extremamente angustiante. Quer saber que cena é essa? Faça o download ou espere o lançamento nos cinemas e descubra você mesmo.

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Cisne Negro

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Hipnotizante. Foi a primeira palavra que veio à minha mente ao tentar descrever a experiência de assistir a Cisne Negro (Black Swan, EUA, 2010), obra-prima do diretor Darren Aronofsky, estrelado pela magnífica Natalie Portman.
O roteiro de John McLaughlin é ambientado no mundo do balé de Nova York, e mostra a estranha relação de Nina (Natalie Portman) e Lilly (Mila Kunis). Nina é uma bailarina veterana que acaba de ganhar seu primeiro papel principal, na montagem do Lago dos Cisnes; seu personagem é um cisne, que ora é branco e puro, ora é negro e perverso. O problema é que Nina ainda vive em um mundo de fantasia e pureza, tendo sido reprimida pela mãe toda sua vida. Ela tem 28 anos e ainda mora com a mãe e tem seu quarto todo rosa e cheio de ursos de pelúcia! O papel de um cisne negro, perverso e sedutor revela-se um tremendo desafio para ela, e à medida que Nina vai entrando mais no papel, ela começa a perceber que está perdendo sua sanidade.
Com um ar sinistro e tenso, Cisne Negro não é um filme-família, nem uma história de balé que fará as jovens meninas suspirarem e desejarem ser bailarinas. Há uma cena forte, embora não seja gratuita. Trata-se de uma história em que o maior conflito ocorre na mente de Nina, cuja sensação de segurança proporcionada pela mãe (vivida magistralmente por Barbara Hershey) começa a se esvair no momento em que ela se descobre despreparada para o papel mais importante de sua vida.
O longo clímax de Cisne Negro tem algo de épico, repleto de suspense e com reviravoltas que impedem o público de respirar com tranquilidade durante seus longos minutos de duração. Darren Aronofsky segue Natalie Portman com sua câmera por onde quer que ela vá, fazendo do espectador uma espécie de voyeur, uma testemunha ocular de todas as transformações experimentadas pela personagem.
Tudo isso combinado faz com que Cisne Negro seja um dos fortes candidatos a várias indicações ao Oscar deste ano, com pelo menos uma vitória quase certa: a de Natalie Portman. A não ser que os membros da Academia percam totalmene o juízo, ninguém tira esse prêmio dela.

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Bravura Indômita

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Novo filme dos irmãos Coen é forte candidato ao Oscar

Muitos fãs de westerns desconhecem o fato de que um dos maiores filmes do gênero, Bravura Indômita, estrelado por John Wayne - que lhe rendeu seu único Oscar - é baseado no romance homônimo escrito por Charles Portis e publicado pela primeira vez em 1968. Falo isso porque quando os irmãos Joel e Ethan Coen anunciaram que seu novo projeto era filmar Bravura Indômita, alguns franziram a testa pensando: heresia! Refilmar um clássico intocável!
Na verdade, este Bravura Indômita não se trata de um remake, mas da adaptação do livro. E antes que alguém pergunte, sim, o filme é (muito) bom.
Nas mãos dos irmãos Coen, a obra de Chales Portis recebe uma adaptação mais do que digna. Os cineastas convocaram o eterno Lebowski, Jeff Bridges, ainda na ressaca pela vitória no Oscar do ano passado, para estrelar como Reuben "Rooster" Cogburn (papel que rendeu o prêmio da Academia a John Wayne, em 1970), um xerife bêbado, decadente e durão, que é contratado pela jovem Mattie Ross (a novata Hailee Steinfeld) para perseguir em território indígena Tom Chaney (Josh Brolin), o assassino de seu pai, que lá se refugiou, em companhia de uma temida e procurada gangue. Recebendo a companhia não solicitada do Texas Ranger LaBoeuf (Matt Damon), que também persegue Chaney, os dois vão em busca do assassino e viverão uma aventura inesquecível.
Com um tom saudosista, o filme é um western tradicional, com grandes paisagens, cowboys durões, tiroteios empolgantes e mensagem sobre crime e castigo, tão relevante hoje como era quarenta anos atrás. A trilha sonora evoca antigos hinos protestantes, que combinam perfeitamente com o clima da produção. Com um clímax repleto de suspense, Bravura Indômita é sem dúvida candidato a várias indicações ao Oscar, e não seria nada mal incluir Jeff Bridges no páreo para Melhor Ator.
Como têm mostrado nos últimos anos, os irmãos Coen são sempre fortes concorrentes ao maior prêmio do cinema. Este ano, penso eu, não será diferente.

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