Hipnotizante. Foi a primeira palavra que veio à minha mente ao tentar descrever a experiência de assistir a Cisne Negro (Black Swan, EUA, 2010), obra-prima do diretor Darren Aronofsky, estrelado pela magnífica Natalie Portman.
O roteiro de John McLaughlin é ambientado no mundo do balé de Nova York, e mostra a estranha relação de Nina (Natalie Portman) e Lilly (Mila Kunis). Nina é uma bailarina veterana que acaba de ganhar seu primeiro papel principal, na montagem do Lago dos Cisnes; seu personagem é um cisne, que ora é branco e puro, ora é negro e perverso. O problema é que Nina ainda vive em um mundo de fantasia e pureza, tendo sido reprimida pela mãe toda sua vida. Ela tem 28 anos e ainda mora com a mãe e tem seu quarto todo rosa e cheio de ursos de pelúcia! O papel de um cisne negro, perverso e sedutor revela-se um tremendo desafio para ela, e à medida que Nina vai entrando mais no papel, ela começa a perceber que está perdendo sua sanidade.
Com um ar sinistro e tenso, Cisne Negro não é um filme-família, nem uma história de balé que fará as jovens meninas suspirarem e desejarem ser bailarinas. Há uma cena forte, embora não seja gratuita. Trata-se de uma história em que o maior conflito ocorre na mente de Nina, cuja sensação de segurança proporcionada pela mãe (vivida magistralmente por Barbara Hershey) começa a se esvair no momento em que ela se descobre despreparada para o papel mais importante de sua vida.
O longo clímax de Cisne Negro tem algo de épico, repleto de suspense e com reviravoltas que impedem o público de respirar com tranquilidade durante seus longos minutos de duração. Darren Aronofsky segue Natalie Portman com sua câmera por onde quer que ela vá, fazendo do espectador uma espécie de voyeur, uma testemunha ocular de todas as transformações experimentadas pela personagem.
Tudo isso combinado faz com que Cisne Negro seja um dos fortes candidatos a várias indicações ao Oscar deste ano, com pelo menos uma vitória quase certa: a de Natalie Portman. A não ser que os membros da Academia percam totalmene o juízo, ninguém tira esse prêmio dela.
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