Sétimo filme baseado na série literária lida por milhões de leitores em todo o mundo, Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 1 (EUA, 2010) é o começo do ápice de uma história construída ao longo dos seis filmes anteriores, com o trio de protagonistas entrando na vida adulta e colocando em prática tudo o que aprenderam em seis anos estudando em Hogwarts. Se o sexto filme (Harry Potter e o Enigma do Príncipe) deixou a ação de lado para focar nos relacionamentos e confusões amorosas vividas pelos jovens protagonistas, nesta produção ação e aventura se misturam a cenas de suspense que não são recomendadas para crianças menores.
Em As Relíquias da Morte - dirigido mais uma vez por David Yates - Harry, Hemione e Ron passam a viver escondendo-se dos espiões de Voldemort, que assumiu o controle do Ministério da Magia e declarou-os fora-da-lei. Desta vez não há aulas em Hogwarts, nem alívios cômicos em excesso. O tom sombrio permeia as mais de duas horas de projeção. Os três amigos têm conhecimento da existência das Horcruxes, sete objetos mágicos que contêm a alma de Voldemort, cuja destruição significará a destruição do próprio Mestre das Trevas. Assim, eles saem em busca das Horcruxes, tendo em seu encalço capangas da família Malfoy e os temidos comensais da morte. Mas os heróis descobrirão a existência de três objetos ainda mais poderosos e perigosos, as relíquias da morte, cujo possuidor terá poder sobre a própria morte.
Apesar de ter muita ação do começo ao fim (combates aéreos, lutas com serpentes, e a briga do clímax), o filme ainda usa cenas que mostram o crescimento de Harry, Hermione e Ron, e a consolidação de sua amizade. David Yates mais uma vez prova seu talento em dirigir atores e extrair atuações excelentes de seu elenco. Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint mostram o quanto evoluíram como atores, entregando performances coerentes e sem exageros.
No fim das contas, o saldo é extremamente positivo. Dividir o último livro da série de J. K. Rowling em dois filmes pode ter sido uma tentativa do estúdio de capitalizar ainda mais em cima desta, que é a série mais lucrativa da Warner Bros.; fora essa jogada capitalista, tal ideia provou-se ideal para encerrar em mais detalhes uma história que tem cativado multidões de crianças, jovens e adultos desde 2001. E que venha a parte 2!
Tipo assim... A-M-E-I!!!