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Kung Fu Panda 2

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No ano em que a Pixar colheu suas primeiras críticas negativas em massa por Carros 2, a Dreamworks deu um grande passo para arrebatar o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2012. Isso porque Kung Fu Panda 2, a sequência do ótimo filme de 2008, é simplesmente um dos melhores filmes do ano. Ao dar prosseguimento às aventuras de Po, o estúdio criado por Steven Spielberg fez uma sequência digna do filme original, chegando a superar o anterior.
O filme de Jennifer Yuh responde a muitas das perguntas deixadas pelo primeiro sobre a origem de Po, afinal, obviamente seu pai não é um ganso. E ao fazer isso, contar a origem do panda Dragão Guerreiro, a história chega a emocionar em muitas cenas. Estão lá todos os elementos que deram certo no filme original: a gula engraçadíssima de Po (Jack Black), o ar sereno e sábio do mestre Shifu (Dustin Hoffman) e os Cinco Furiosos, ainda mais sensacionais, bem como as lutas coreografadas perfeitamente e respeitando os fundamentos do kung fu.
Some a tudo isso uma abertura feita com uma belíssima técnica de animação (lembrando muito O Segredo de Kells, indicado ao Oscar deste ano), contando a origem de Shen (Gary Oldman), o vilão da história; toda a ação do primeiro filme triplicada sem ser irritante (lembra de Transformers 2?); um roteiro que em momento algum deixa o protagonista como coadjuvante (afinal, em Shrek todo mundo sabe que quem manda é o Burro) e ainda uma origem de encher os olhos d'água. Há ainda a inserção de animação tradicional nestas cenas da origem de Po, o que torna a experiência ainda mais envolvente.
Enfim, Kung Fu Panda 2 é um excelente filme de animação que de forma alguma subestima o espectador e agrada crianças e adultos. Pode ver sem medo.

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Capitão América: O Primeiro Vingador

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A Marvel continua sua tarefa de construir  no cinema seu vasto universo de personagens dos quadrinhos. Capitão América: O Primeiro Vingador é a penúltima parte desta missão, que chegará ao ápice em maio de 2012, com o lançamento de Os Vingadores.
Dirigido por Joe Johnston, o filme conta a história de Steve Rogers (Chris Evans), um franzino rapaz de Nova York que, em plena II Guerra Mundial, deseja se alistar para combater os nazistas em solo europeu. A despeito de sua vontade, Rogers não evita ser recusado em todas as tentativas de alistamento; ele é magro demais e tem um longo histórico de doenças, o que impede o exército de aceitá-lo em suas fileiras. Mas sua ousadia em tentar se alistar 5 vezes dando endereços diferentes a cada tentativa chama a atenção do Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci), que convoca Rogers a participar do programa do Super Soldado. Trata-se de uma experiência científica para criar um exército de homens mais fortes, velozes e inteligentes, capazes de derrotar o inimigo nazista. Steve é escolhido para ser o primeiro soldado a ter injetado o soro do Super Soldado e logo depois da injeção, ele se vê maior, mais forte, mais alto do que jamais pensou ser possível. Para não estragar mais nenhuma surpresa - já que nem todo mundo é leitor de quadrinhos inveterado como eu - não vou entregar surpresas interessantes e fantásticas que ocorrem durante o filme, mas basta dizer que, como todos sabem, Rogers torna-se o Capitão América e acaba sendo o único supersoldado do experimento do exército.
O filme é uma aventura de primeira linha, que remete às deliciosas tardes dos anos 80 e 90 da Sessão da Tarde, quando os filmes exibidos eram as aventuras de Indiana Jones, Star Wars e até Alan Quartermain, mas que tinham aquele ar nostálgico e sedutor. Afinal, eram apenas duas horas de diversão descompromissada e despretensiosa. Nada de se surpreender, afinal de contas Joe Johnston, o diretor, é o mesmo que realizou uma das melhores (e menos lembradas) adaptações de quadrinhos do cinema, isso quando ainda não era moda, Rocketeer, outra aventura digna de uma Sessão da Tarde.
Para aqueles que não se empolgam mais com filmes de super-heróis, Capitão América basta como filme de ação e aventura, mas os nerds leitores de quadrinhos se empolgarão com detalhes conhecidos apenas por eles, como a breve aparição do Tocha Humana original, a grande participação de Howard Stark, pai de Tony Stark (o Homem de Ferro), a caracterização perfeita do Caveira Vermelha (Hugo Weaving) e de Armin Zola (Toby Jones), grandes inimigos do Capitão América, e as várias referências a histórias clássicas do personagem.
Além disso tudo, é claro, há a preparação do público para a chegada do maior filme de super-heróis de todos os tempos, Os Vingadores, que reunirá Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Viúva Negra, Gavião Arqueiro, Hulk e Nick Fury em uma (espero) sensacional adaptação cinematográfica.
No final das contas, Capitão América é um grande filme de aventuras e cumpre muito bem seu papel. O melhor filme Marvel depois de Homem de Ferro.

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Trailer de 'Os Vingadores' já está no ar!

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Depois de muita espera, o primeiro trailer de Os Vingadores finalmente saiu! Agora sabemos quem será o grande vilão a ser enfrentado pelo supergrupo de heróis Marvel: Loki, o que parece bom, pois lembra o segundo volume de Os Supremos, onde os heróis também enfrentam o irmão adotivo de Thor, em uma batalha de proporções épicas. Dirigido por Joss Whedon (Buffy - A Caça-Vampiros e Serenity), o filme estreia em maio de 2012. Haja ansiedade até lá!
Confira:

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Terra Nova: Spielberg! Dinossauros! Ação!

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Esperada por muitos fãs de séries de ficção científica, a nova série com produção executiva de Steven Spielberg, Terra Nova, estreou ontem (10 de outubro) no Brasil, com a exibição de um episódio duplo pelo canal Fox. A história começa no ano 2149, e logo de cara vemos que nosso planeta está morrendo. As pessoas precisam andar pelas ruas com máscaras de oxigênio para minimizar os danos respiratórios. A única chance se salvar a humanidade encontra-se na descoberta de uma fenda no tempo que tem como destino final o passado remoto do planeta, 85 milhões de anos atrás, quando os dinossauros dominavam o território.
Decide-se então enviar pessoas para o passado afim de estabelecer uma colonização, onde a humanidade poderá recomeçar do zero. 
E é para a primeira colônia, Terra Nova que migra a família Shannon. Jim Shannon (Jason O'Mara) é um pai devotado que guia sua família neste novo mundo repleto de belezas ilimitadas, mistérios e terror. Sua esposa, Elizabeth, (Shelley Conn), é cirurgiã e integra o grupo médico de Terra Nova. Entre os filhos do casal está Josh (Landon Liboiron), um garoto de 17 anos que sente ter de abandonar sua antiga vida, mas se vê imediatamente atraído pela bela Skye (Allison Miller). Jim e Elizabeth também são pais de Maddy (Naomi Scott), uma adolescente de 15 anos que espera encontrar em Terra Nova a oportunidade de se reinventar. Embora os conhecimentos médicos de Elizabeth garantam a sua família um lugar nesta peregrinação, um segredo sobre sua filha caçula, Zoe (Alana Mansour), de 5 anos, colocará em perigo seu lugar nesta utopia.
Assim que os Shannon chegam a Terra Nova, logo são advertidos pelo comandante Taylor (Stephen Lang), pioneiro da primeira leva de colonizadores, que o local guarda perigos mortais. Apesar do céu azul, do verde deslumbrante e do ar puro, Terra Nova é uma comunidade cercada por dinossauros mortais - o episódio piloto mostrou o carnotauro e uma criatura denominada "slasher", bem como animais vegetarianos.
Aliás, o episódio piloto estabeleceu algumas perguntas que devem permear toda a série, como algumas pinturas de formas geométricas que Josh descobre existir nas pedras de uma cachoeira e a existência de uma segunda colônia, formada por dissidentes de Terra Nova, chamados de Os Sextos. Pensou em Lost? A impressão que se tem é a tentativa de se criar uma mitologia tão rica como a que havia na série de J. J. Abrams, com habitantes misteriosos - os Sextos são como os Outros - e mensagens misteriosas.
O ponto alto do piloto encontra-se no núcleo familiar dos Shannon, com Jim tentando recuperar o tempo que perdeu enquanto estava preso. Já os efeitos especiais com os dinossauros criados em CGI, que seria aquilo que os espectadores mais aguardavam, ficaram (muito) a desejar. A impressão que se tem é que os produtores fizeram tudo apressadamente e o resultado é aparente: dinossauros malfeitos, mesmo quando colocados em boas cenas de ação, como a que mostra o ataque dos slashers a um grupo de adolescentes que resolveram se divertir fora das cercas de Terra Nova.
Apesar desses defeitos, dá para entender que Terra Nova, mesmo com todo o hype, ainda é televisão e não cinema. E como série de TV, que precisa estabelecer o interesse do espectador para que este prossiga acompanhando o programa, a atração é bem sucedida. Terra Nova é interessante o suficiente para que quem viu uma vez queira continuar assistindo.

Terra Nova é exibido todas as segundas-feiras, às 22:00, no canal FOX.

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A Árvore da Vida

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É muito difícil escrever sobre A Árvore da Vida. A gente procura, pensa, tentar imaginar palavras que descrevam a experiência de assistir a este épico, mas nada surge à mente, exceto sensações. O recluso diretor Terrence Malick (ele se recusa a dar entrevistas e há pouquíssimas fotos disponíveis dele) criou um conto religioso-filosófico repleto de significados que não podem ser todos apreendidos em apenas uma sessão.
Muito se falou das imagens belas, oníricas e majestosas do universo em seu início, toda a grandeza do cosmos retratada com cores vivas e uma trilha sonora simplesmente extasiante. Este início arrebatador serve como moldura para a história que se segue, sobre três irmãos crescendo sob uma criação rígida de seu pai (Brad Pitt) e o amor carente de disciplina da mãe (Jessica Chastain). O mais velho deles, Jack, passa a questionar as razões para tamanha rigidez do pai, e se vê desenvolvendo uma perversidade que pode ser perigosa; livre das amarras do pai, já adulto, Jack (vivido adulto por Sean Penn) é um homem alheio ao mundo moderno, repleto de angústia.
O que eu pude captar sobre A Árvore da Vida foi uma reflexão da pequenez do ser humano em relação à majestade do universo. Inexplicavelmente para nossa mente limitada, o universo nasceu; é quando o filme começa. Da mesma maneira inexorável, tudo termina. No meio disso tudo estão nossas vidas. Qual é, afinal, o significado delas? Há sentido nisso tudo?
Afora estas reflexões suscitadas pelo filme, há que se destacar também a belíssima fotografia de Emmanuel Lubezki, que coloca a câmera na altura das crianças, dando a sensação de que o espectador é parte da turma. A iluminação também é filmada magistralmente, com tons luminosos mesmo nos momentos mais angustiantes, como a cena da espingarda de chumbo.
Malick faz de A Árvore da Vida um filme não muito fácil de ser assistido, é verdade. Mas que fascina, a princípio pela beleza das imagens, mas depois pela possibilidade de se refletir sobre a insignificância da vida.

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5x Favela, Agora por Nós Mesmos

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Nos anos 60, um grupo de jovens cineastas coordenado por Leon Hirszman realizou Cinco Vezes Favela, uma antologia de cinco curtas passados nos morros e subúrbios cariocas. Quase 50 anos depois, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos propõe uma nova visão da mesma ideia dos diretores do Cinema Novo da primeira produção, desta vez coordenados por Cacá Diegues. A diferença está nos criadores das histórias, que desta vez são geradas dentro das próprias comunidades, com a direção e o roteiro a cargo dos próprios moradores de favelas. A ideia é que o protagonismo total de toda a obra seja deles.
O resultado final é interessante e agradável, o que faz de 5x Favela um exemplar honroso em meio a uma triste cinematografia brasileira, repleta de comédias rasas e bobas, carregadas de atores globais.
A cada história o que se vê são as vidas dos moradores representadas ali, em cena. 
Em Fonte de Renda, um jovem consegue, a duras penas, a aprovação no vestibular de direito de uma universidade pública. Mas isso é apenas o começo, pois ele descobre a dificuldade que sente o pobre para manter-se estudando: transporte, alimentação, apostilas, livros, etc. Para bancar seus gastos, ele acaba se tornando um fornecedor de drogas dentro da faculdade.
Arroz com Feijão é uma dramédia com uma fina ironia. Dois meninos resolvem buscar conseguir dinheiro trabalhando nas ruas para que um deles possa comprar frango para sua família. A ironia está na cena em que depois de conseguirem o dinheiro necessário, os meninos da favela são assaltados por crianças de classe média, estudantes de uma escola particular. O melhor da antologia.
Concerto de Violino é uma história trágica, com tons shakesperianos. É o conto de três amigos de infância que seguiram caminhos diferentes na vida. Um deles tornou-se um policial corrupto, o outro virou traficante e a menina sonha em seguir carreira como violinista. Suas vidas se cruzarão em um último e dramático movimento.
Deixa Voar retrata com fidelidade imensa as tardes de pipa no subúrbio. É um retrato interessante, principalmente para quem sabe do que se trata. É o mais fraco dos curtas, por não trazer empatia junto ao público. Para quem não mora no Rio de Janeiro, como o público nordestino, fica difícil entender o fascínio que as pipas exercem sobre a juventude pobre carioca. Ainda assim, o final do curta traz uma bela mensagem de integração.
Acende a Luz é um relato de como o Estado deixa os moradores das favelas à sua própria mercê. Em plena véspera de natal, um grupo de moradores prepara sua festa sem energia nem água encanada. Um bem intencionado técnico da companhia de eletricidade tenta retomar a luz do local, e acaba se solidarizando com a situação da comunidade.
Em cada curta nota-se o esforço dos realizadores por imprimir com realismo e lirismo o duro cotidiano de quem vive nas favelas mas não se entrega à violência, tendo que se virar para levar adiante seus sonhos de simplesmente serem felizes. Muita leveza, graça e sensibilidade estão presentes nesta obra de alta qualidade.
Um filme que vale (muito) a pena.

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Vamos falar de música: Gungor - Ghosts Upon the Earth

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Michael e Lisa Gungor
Uma das maiores carências na música pop atual é de criatividade. Fala-se da repetição de fórmulas batidas (tidas como "consagradas") e da utilização de clichês no que diz respeito a estrutura das canções. Por que toda e qualquer música TEM que ter estrofe, refrão, estrofe, refrão, ponte, refrão?
Para quem reclama dessa estagnação criativa da música moderna, ouvir um disco de Gungor é um alívio para os ouvidos. O grupo, que até 2008 chamava-se The Michael Gungor Band, vinha atraindo o interesse de um público sedento por novidades na música cristã há algum tempo, especialmente com seu álbum de 2008, Ancient Skies, no qual já flertava com o folk, apesar de ainda utilizar de muitas das fórmulas batidas. Em 2010, já denominado apenas Gungor, o grupo veio com Beautiful Things, um lindo disco que mudou totalmente a visão musical da banda. Muito menos "worship rock estilo Hillsong" e muito mais um folk-rock repleto de instrumentos, Michael e Lisa Gungor mostraram uma melhora imensa na construção lírica de suas letras e no desenvolvimento dos arranjos. A mudança radical de postura musical resultou em várias publicações especializadas apontarem Beautiful Things como o disco do ano.
Ghosts Upon the Earth, álbum imperdível
Mas eis que chegamos em 2011 e o incansável grupo lança Ghosts upon the earth. Basta colocar o disco para tocar e logo se tem a sensação do quão camaleônico o Gungor é. Nenhuma música, simplesmente nenhuma, é igual (ou semelhante) a outra. 
Logo na primeira faixa, Let There Be, ouvimos a voz suave de Lisa Gungor entoando uma espécie de hino celta, embalado por um violão e um piano repleto de sentimentos, anunciando a criação descrita no livro de Gênesis. A canção segue em um crescente, até se tornar uma apoteose épica espetacular. Com um início arrebatador como esse, só resta ao ouvinte se render e não desgrudar os ouvidos do álbum até que este termine e nos deixe extasiados!
Brother Moon, a segunda faixa, é uma declaração da soberania de Deus. "Em ti vivemos / Em ti nos movemos / Em ti temos nossa existência / Tu és glorioso / Tu nos mantém juntos / Todos juntos".
Faixa a faixa, o disco mantém sua qualidade, com um instrumental impecável e letras de uma profundidade espiritual raramente encontrada. Em When Death Dies, ouvimos: "Quando a morte morre / Todas as coisas vivem".
Violoncelos, violinos, violões solenes e uma percussão marcante são características dos arranjos espetaculares deste disco excepcional, que sem dúvida coloca o Gungor como uma das bandas mais importantes na música pop atual, seja cristã ou secular.

Duvida? Então assista a esta performance acústica de When Death Dies. Prepare-se para ficar sem palavras.




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