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O Lobisomem

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Lawrence Talbot é um ator que regressa à aldeia onde cresceu para investigar a horrível morte de seu irmão, Ben, a pedido da noiva dele. Mas Blackmoor, a aldeia, e principalmente a propriedade de seu pai são lugares que não trazem boas lembranças a ele. Foi lá que Lawrence viu sua mãe suicidar-se, e lá também que ele cresceu à sombra de seu sinistro e distante pai. À medida que ele começa a investigar o crime, vai descobrindo que o lugar guarda segredos assustadores e monstruosos. Lawrence é mordido por uma criatura misteriosa, e é só uma questão de tempo até que ele finalmente se torne um lobisomem! 
O diretor de O Lobisomem (EUA, 2010), Joe Johnston, refilma o filme clássico de 1941 com maestria, criando uma atmosfera de horror que dignifica a obra original sem afastar o fã contemporâneo do bom cinema. Benicio Del Toro no papel principal e os coadjuvantes Anthony Hopkins (como o pai de Lawrence) e Emily Blunt (como a noiva do irmão de Lawrence) estão magistrais em seus papeis.
O Lobisomem é um filme de horror que já nasce clássico. Joe Johnston decidiu não modernizar a história, trazendo a trama para os tempos modernos. O filme se passa em plena Inglaterra vitoriana do século XIX, o que deixa a ambientação ainda mais tenebrosa. Mesmo em cenas durante o dia é possível perceber a tensão no ar. E a transformação de Lawrence Talbot é espetacular, usando elementos de computação gráfica com maquiagem, de modo a criar um lobisomem inteiramente crível. As cenas de ação são particularmente interessantes, podendo destacar o ataque de Lawrence a algumas dezenas de cientistas incrédulos em plena Londres.
Depois de assistir a O Lobisomem, é possível acreditar que Joe Johnston fará um excelente trabalho à frente de Capitão América: O Primeiro Vingador, adaptação dos quadrinhos Marvel que estreará em 2011. Será uma longa espera.

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Oldboy (da série: 1001 Filmes)

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O cinema coreano do século XXI tem se mostrado forte e competitivo, trazendo filmes capazes de cativar até o mais desconfiado dos espectadores. Bons exemplos deste novo cinema surgem a cada ano, mas foi Oldboy (Coréia do Sul, 2003), do diretor Chan-wook Park, que serviu como estopim desta onda oriental que tem invadido as salas de exibição do ocidente.
Invasão merecida, diga-se por passagem. A obra de Park é contundente, mordaz e violentamente sedutora, para dizer o mínimo. Um filme que merece ser visto três, quatro vezes, até que se extraia tudo o que ele tem a dizer. Conta a história de Dae-Su, um homem que é sequestrado e aprisionado por 15 anos em um quarto sem janelas, sem saber quem o sequestrou e muito menos a razão de tal ato. Depois deste longo período, ele é simplesmente libertado e tem 5 dias para buscar as respostas para seus questionamentos e, é claro, realizar sua vingança. Mas Oldboy vai além da velha história de vingança, personificada por Charles Bronson em sua série Desejo de Matar. A trama esconde muitos segredos e surpresas, que são revelados nos inúmeros flashbacks que permeiam todo o filme. Misturando incesto, (muita) violência gráfica, imagens marcantes e atuações às vezes exageradas (típicas do cinema deste país), Oldboy não economiza em questionamentos a respeito do verdadeiro valor da vingança. Afinal, vale mesmo a pena buscá-la? E depois de obtê-la, o que acontece?
São perguntas assim que vão surgindo durante o filme; algumas serão respondidas, mas a maioria delas fica para a conclusão do próprio espectador que, atônito, só irá tentar respondê-las depois que se recuperar. É assim mesmo; Oldboy não é moleza. Mas é sensacional.

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Glee

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Criada por Ryan Murphy, Glee é uma série jovem diferente de qualquer outro programa do gênero. Tem personalidade, humor, ironia e emoção transbordando a cada minuto. Em inglês, "glee" é alegria, mas também é um tipo de atividade extracurricular das high-schools americanas, equivalente aos corais juvenis brasileiros. Diferente da série de filmes xaropes High School Musical, na escola de Glee os alunos mais populares passam longe dos palcos escolares, preferindo o time de futebol e a equipe de líderes de torcida, atividades que trazem muito mais notoriedade. Para o coral sobram os alunos excluídos, que são normalmente os pobres, feiosos, nerds, gays e qualquer outro que não se encaixe nos padrões preconceituosos da juventude americana média. Todos os personagens clichê dos filmes sobre jovens estão aqui: a bonitona líder de torcida maquiavélica, o quarterback ultrapopular e gostosão, a garota afro-descendente bem gente boa e o professor gentil e preocupado com os alunos. Mas em Glee o que faz a diferença são as situações divertidas, os conflitos gerados entre os antagonistas (a treinadora das líderes de torcida e vilã Sue Sylvester e o professor mocinho do coral Will Schuester) e especialmente os diálogos inteligentes e perspicazes.
Além disso, Glee também tem números musicais sensacionais, o que atrai novos fãs para a série a cada dia. E os produtores já perceberam que têm uma mina de ouro nas mãos. Cada CD com canções apresentadas no programa é um sucesso em vendas e downloads pagos, ultrapassando até álbuns badalados, como o disco de outro fenômeno teen, Crepúsculo.
Assistir Glee é diversão pura. Para viciar, basta um episódio.

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Séries que valem o post

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Tenho assistido algumas séries ultimamente, séries que valem o comentário. Lá vão elas:
Nurse Jackie - Esta série dramática com temática hospitalar mostra o cotidiano profissional e pessoal de Jackie, enfermeira-chefe de um hospital capaz de realizar plantões sem perder a competência, mas precisa do uso de tranquilizantes para se manter ativa. A atriz Edie Falco (de Os Sopranos), no papel principal, está luminosa, e entrega momentos realmente marcantes a cada episódio. A série enfoca a câmera especialmente nos enfermeiros, mostrando seus medos, defeitos e virtudes. A maioria dos episódios mostram sempre a família de Jackie no início e no fim, como uma espécie de mensagem que diz que a vida profissional é apenas parte de nosso dia a dia, e nem sempre é a melhor parte. Para quem tem TV paga, a série é exibida no canal Studio Universal, com exclusividade na América Latina. Para quem não tem, está aí uma excelente opção para download.
True Blood - Com todo o hype em cima desta série da HBO, não tinha como não assistir ao menos dois episódios da segunda temporada (reprisando durante esta semana) para ver se eu daria uma chance à terceira temporada, que estreia no próximo dia 27. O veredito final é que a série é uma boa história de terror e drama, que segue as desventuras da garçonete que lê mentes Sookie Stackhouse (Anna Paquin, vencedora do Oscar aos 11 anos por O Piano, e também a Vampira de X-Men) no submundo dos vampiros, que andam à solta por aí depois que japoneses inventaram o sangue artificial, engarrafado e vendido como Tru Blood. Ela se apaixona por Bill, um vampiro gente boa, que só bebe Tru Blood. Muitos personagens vão surgindo e se mostrando relevantes e interessantes à trama. Esta é uma história de vampiros que não estraga toda aquela mitologia estabelecida há muitos anos: os vampiros dormem em caixões, não saem à noite, e alguns são muito, muito maus. Qualquer comparação com a baboseira teen Crepúsculo não fará o menor sentido. Opinião final: assistirei à terceira temporada, com toda a certeza.
Dark Blue - Esta é uma série sem nenhum hype, e quase ninguém fala dela, mas trata-se de uma ótima história policial cheia de reviravoltas e personagens interessantes. Produzida pelo magnata de Hollywood Jerry Bruckheimer (que já produziu as séries Desaparecidos e CSI), a trama traz Dylan McDermott como Carter, o chefe de uma unidade secreta da polícia que trabalha disfarçada para prender os maiores criminosos. O que a série põe em xeque é a mesma questão já abordada no magnífico filme Donnie Brasco, com Johnny Depp e Al Pacino: até que ponto é possível fingir ser um criminoso sem efetivamente tornar-se um? O elenco todo está excelente, e o primeiro episódio deixa um "gosto de quero mais". A série é exibida no canal Space.
Todas estas séries imperdíveis estão disponíveis para download.
Sugestão de blog: Séries-BR

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Toy Story 3

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Eu já disse e repito: a Pixar não sabe fazer filme ruim. Não dá. Simplesmente todo filme produzido pelo estúdio torna-se um clássico instantâneo, desses que passam a fazer parte do imaginário do espectador. Com Toy Story 3 (EUA, 2010), último capítulo da trilogia dos brinquedos, a Pixar alcança um patamar tecnológico e de roteiro inédito para a animação (não que isso seja alguma novidade). É impressionante a gigantesca variedade de cenários e texturas diferentes explorados durante as duas horas de filme! Embora esse avanço tecnológico não seja exclusividade da Pixar, a diferença deste estúdio para os outros que também produzem animações modernas e que fazem sucesso, é que a Pixar não copia nada. Nenhum filme é derivado de quaisquer outras fontes, como livros, gibis e muito menos refilmagens. Cada história é original e única, e cada personagem é importante e relevante na história.
Por falar em história, vamos a ela: Andy, o menino dono de Woody, Buzz e cia., já não é mais um menino. Ele já está com 17 anos e a caminho da faculdade. Os brinquedos estão guardados em um baú há anos, e já não são mais utilizados. Esquecida por seu dono, a turma de Woody é levada para uma creche, e lá terão que enfrentar crianças bem pequenas que só sabem destruir os brinquedos. Como desgraça pouca é bobagem, a trama ainda traz um urso de pelúcia rosa com cheirinho de morango que é um verdadeiro terror, uma espécie de ditador que comanda todos os outros brinquedos da creche. Em uma história mais sombria do que os outros dois filmes, Toy Story 3 reserva muitas surpresas para os brinquedos, com cenas de ação de primeira e momentos de muita emoção, que podem vir a provocar até mesmo lágrimas nos espectadores mais sensíveis (será que eu seria um deles?).
Vale a pena também destacar o curta-metragem que serve como aperitivo para o filme, Dia e Noite, uma pequena pérola da narrativa, criada por um estúdio que não cansa de se reinventar e tocar os corações das plateias em todo o mundo.

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A Onda

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Sempre que se estuda fatos históricos que moldaram a humanidade, algumas questões são levantadas. Talvez a indagação mais intrigante seja: "Como as pessoas foram deixar o Nazismo acontecer?" Para responder a esta pergunta, um professor do Ensino Médio em uma escola pública alemã realiza um arriscado experimento pedagógico com sua turma do curso sobre Autocracia. Rainer Wanger, o professor, transforma sua turma em um microcosmo onde estabelecerá uma mini ditadura autocrática, onde ele se declara líder e impõe a disciplina através de palavras de ordem, gestos (como o "Heil, Hitler"), uniformes e um símbolo (como a suástica do Terceiro Reich). Chamando-se de "A Onda", a turma começa a levar para fora das aulas seus questionamentos sobre o mundo e sua revolta contra outros que não aderem ao grupo. Todo este fanatismo quase religioso fatalmente sairá do controle e Rainer terá que reverter o quadro, dando um fim à "Onda"; mas pode ser tarde demais para encerrar o experimento.
Baseado em um acontecimento verídico ocorrido na década de 1960 nos EUA, A Onda (Die Welle, Alemanha, 2008) é um retrato intrigante e engenhoso de uma sociedade que permite e até provoca o surgimento de movimentos extremistas ao redor do mundo. O filme mostra como a busca por ideologias, a procura por propósitos para a existência  humana pode chegar a limites estarrecedores. Realizado com maestria pelo diretor Dennis Gansel, A Onda é um grande filme. Moderno, relevante e assustadoramente real.

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Ele não está tão a fim de você

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Dia dos Namorados, sábado à noite, nada como um bom filme romântico para servir de inspiração. O filme em questão é Ele Não Está Tão a Fim de Você (He's Just Not That Into You, EUA, 2009), uma espécie de filme-coral, que é o tipo de filme recheado de astros, cujos personagens de uma maneira ou de outra interagem em algum momento do filme. Os astros em questão: Ginnifer Goodwyn (OK, esta não tão conhecida assim), Scarlett Johansson, Jennifer Connoly, Jennifer Aniston, Drew Barrymore, Justin Long, Bradley Cooper e Ben Affleck. A primeira atriz mencionada, embora não seja a mais famosa de todas, é quem puxa toda a trama. Ela faz o papel de Gigi, uma eterna romântica, que espera conhecer o amor de sua vida a qualquer momento. O problema é que ela acha que qualquer cara pode ser o amor de sua vida. Mas o que ela não percebe é que às vezes Ele Não Está Tão a Fim de Você!
Com algumas sacadas divertidas e personagens em tramas interessantes, o filme engrena muito graças a seus astros, transbordando carisma e apelo junto ao público. Este fator, no entanto, se por um lado é vantajoso, por outro lado torna-se prejudicial porque ninguém na plateia acredita que suas histórias podem ser verdadeiras, afinal na tela estão astros conhecidíssimos, que têm vidas pessoais um tanto atribuladas e muitas vezes nada românticas. Mas a melhor história é justamente de Gigi, ainda bem, já que Giniffer Goodwyn não é conhecida e pode se passar tranquilamente pela garota iludida e ingênua, que ainda acredita no amor.
No fim, temos a impressão de que foram duas horas agradáveis e divertidas, que ficam ainda melhores se forem passadas junto à pessoa que amamos. 
De vez em quando um filme simplesmente feito para entreter é a resposta para uma noite de sábado, 12 de junho, Dia dos Namorados.

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