Poema inspirado pelas imagens, luzes e canções da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver 2010, especificamente pelo título de um dos trechos do evento. A frase ficou em minha cabeça e depois virou poesia. Ou quase.
Você, que viu o vento
Você, que correu o mundo e não se cansou
Que abraçou as árvores e com elas conversou
Você, que inventou cores que o homem nunca pintou
Compôs melodias que boca nenhuma entoou
Você, que navegou pelos mares sem bússola
Que mergulhou nas profundezas até o mais oculto
Você, que subiu montanhas e pisou a virgem neve
Que criou caminhos e abriu estradas
Você, que viu o ventou e nele passeou
Ainda assim, você olha para mim
E me oferece coisas que só suas mãos tocaram
E me prepara jantares que nem os anjos provaram
Me serve vinhos vindos de safras celestes
Você, que chorou a chuva, coloriu os prados
Que travou batalhas e saiu vitorioso
Você me venceu com um só olhar
Me tomou sem nem precisar falar
E me fez viajar
Em um vento invisível, mas real
Intangível, mas eterno
Você, que viu o vento e nele passeou
Me toma em seus braços
E me diz palavras que ouvido humano nunca escutou
E me faz sentir como um eco do seu ser
Espalhando-se por toda a terra
Como o vento
O mesmo vento que você viu
E me mostrou.
Filipe Malafaia Cerqueira
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