Um menino deixando a infância obcecado pelo que acontece depois da morte; um idoso entrando na senilidade, amante da vida e arrependido de não tê-la vivido direito. Personagens tão contrastantes, e tão fascinantes. Os dois se encontram, e criam uma amizade que mudará suas vidas, e deixará um legado imortal. Assim pode-se resumir este belo filme inglês de 2008, ainda não lançado no Brasil. Tem alguém aí? é um desses filmes para ser visto muitas vezes, não por sua complexidade, mas por sua poesia e beleza diante do inevitável.
Edward (Bill Milner, de O Filho de Rambow) é o menino, que mora com os pais em uma casa que recebe idosos. O negócio dos pais faz com que eles não tenham tempo para o filho, que cresce solitário e sem amigos. Obcecado por fantasmas, Edward pensa apenas na morte. Até que a casa recebe um novo hóspede, Clarence (Michael Caine), um mágico aposentado apaixonado pela vida, embora desiludido por ela. Os dois criam um relacionamento muito bonito, que se torna o mote central do filme.
A atuação de Michael Caine é extraordinária. Seu Clarence está longe de ser caricaturesco, apelativo. A emoção retratada por ele é palpável, sem se prender a estereótipos. Clarence não percebe a senilidade chegando, e quando se depara com a realidade, sabe que não tem muito tempo para se arrepender e encontrar redenção pelos erros do passado. A amizade com Edward é uma segunda chance para o mágico, que vê no garoto seu último sopro de vida.
O uso da antítese vida/morte é muito bem trabalhado no filme, que em momento algum resvala no melodrama, e ainda assim é capaz de arrancar lágrimas nos mais sensíveis.
No final, fica a certeza de que a vida é digna de ser vivida, e que é melhor começarmos de novo enquanto ainda há tempo.
Edward (Bill Milner, de O Filho de Rambow) é o menino, que mora com os pais em uma casa que recebe idosos. O negócio dos pais faz com que eles não tenham tempo para o filho, que cresce solitário e sem amigos. Obcecado por fantasmas, Edward pensa apenas na morte. Até que a casa recebe um novo hóspede, Clarence (Michael Caine), um mágico aposentado apaixonado pela vida, embora desiludido por ela. Os dois criam um relacionamento muito bonito, que se torna o mote central do filme.
A atuação de Michael Caine é extraordinária. Seu Clarence está longe de ser caricaturesco, apelativo. A emoção retratada por ele é palpável, sem se prender a estereótipos. Clarence não percebe a senilidade chegando, e quando se depara com a realidade, sabe que não tem muito tempo para se arrepender e encontrar redenção pelos erros do passado. A amizade com Edward é uma segunda chance para o mágico, que vê no garoto seu último sopro de vida.
O uso da antítese vida/morte é muito bem trabalhado no filme, que em momento algum resvala no melodrama, e ainda assim é capaz de arrancar lágrimas nos mais sensíveis.
No final, fica a certeza de que a vida é digna de ser vivida, e que é melhor começarmos de novo enquanto ainda há tempo.