Ano passado um fenômeno tomou conta do país inteiro, influenciando comportamento, programas de TV e até o jeito de falar. Estou falando de
Tropa de Elite, de José Padilha. Trata-se do primeiro filme a sofrer com a pirataria de maneira astronômica, pois antes mesmo de ser lançado nos cinemas já era um sucesso nas bancas de camelôs Brasil afora. Estima-se que 11 milhões de pessoas tenham assistido ao filme sem nunca ter pisado em uma sala de cinema. OK, Filipe, mas por que você está começando um texto sobre
Meu Nome Não é Johnny, filme com Selton Mello (o Johnny Depp brasileiro), falando sobre
Tropa de Elite? E a resposta é: estou querendo estabelecer uma comparação aqui entre os dois filmes. Sim, eu sei que são obras distintas, embora tenham elementos em comum. Acontece que
Johnny é um filme superior em muitas coisas ao fenômeno popular jamais visto no Brasil. Primeiramente, a obra de Mauro Lima suscita emoções que
Tropa sequer arranha em conseguir.
Sei que essa não era a intenção de Tropa. O que José Padilha queria era chocar, mostrar uma realidade crua de uma sociedade contaminada por um sistema corrupto do qual todos nós fazemos parte. E nisso o filme é magistral. Não estou aqui para desmerecer um filme tão adorado (e vencedor em Berlim)!
Mas vejo em Meu Nome Não é Johnny muito mais para a vida dessa mesma sociedade retratada em Tropa. Demonstrações práticas de otimismo, sem apelar para vazias lições de moral, típicas dos filmes da Disney. O filme é realmente emocionante, sem pieguismo, nem soluções falsas. É verdadeiro, sincero e bonito.
Claro que Tropa de Elite tem outras lições. Então quer saber? Vamos parar de comparar! Assista os dois, mas assista Meu Nome Não é Johnny mais vezes. E quem sabe até rola uma lágrima inesperada.
Olá, Filipe! Sou o noivo da Rosana. Já havia passado por aqui algumas vezes através do blog da Aline. Concordo com o seu comentário quando você diz que "Tropa" queria chocar. O filme consegue mostrar com grandeza os detalhes de uma sociedade contaminada pelo vírus (sem vacina) que infectou o sistema do qual nós fazemos parte. Infelizmente, ainda não consegui assistir "Meu nome não é Johnny". Acredito que irei gostar bastante.