A IMF, agência de espionagem do governo americano, está fechada, acusada de articular um ataque ao Kremlin russo. Mas ainda há uma grave ameaça nuclear que pode dar início a um holocausto atômico ainda maior, e cabe a quatro agentes renegados a tarefa de impedir que tal catástrofe aconteça. Liderando esta equipe, está Ethan Hunt, o incansável agente vivido por Tom Cruise. Indo da Rússia a Dubai e terminando na Índia, a equipe remanescente da IMF terá pouco tempo para acabar com os planos de um terrorista idealista e frio.
A trama de Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol, EUA, 2011), quarta parte da bilionária franquia de espionagem, parece simples, e de fato é. Mas ainda assim Protocolo Fantasma é o melhor de todos os filmes da série, superando até mesmo M:I 3, injustamente fracassado nas bilheterias americanas. Trata-se, na verdade, de uma continuidade do excelente trabalho iniciado com o filme anterior, dirigido por J. J. Abrams. O cineasta e criador da cultuada série Lost desta vez assumiu a produção e deixou o leme do barco nas mãos de Brad Bird (dos geniais Os Incríveis, Ratatouille, O Gigante de Ferro), estreando em filmes live-action e mostrando ser realmente um cineasta de grande habilidade na condução de uma boa história. E este Missão: Impossível é exatamente isso: uma boa história, com elenco afiado e cenas extraordinariamente bem executadas.
E é quando Ethan Hunt e sua equipe entram em ação que o filme cresce aos olhos do espectador. Nesse caso, é praticamente impossível (sem trocadilhos com o título) que o filme não cresça. A ação é uma constante, mas não uma ação mal coordenada e ininteligível. São cenas tensas que prendem de verdade o fôlego do público. A tão falada cena no alto do Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, é realmente o que se esperava em termos de espetáculo. É vertiginoso ver Cruise escalando as paredes de vidro do prédio com apenas uma espécie de luva magnética, podendo cair a qualquer momento. Mas além desta cena, há ainda muito o que destacar, especialmente o clímax, a luta entre Ethan e o terrorista vivido por Michael Nyqvist (da versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres), em um prédio-estacionamento de alta tecnologia.
Apesar de ser o astro absoluto em cena, Tom Cruise não poderia estar melhor assessorado. Isso porque o elenco de apoio é muito bom. Simon Pegg (
Todo Mundo Quase Morto e
Paul) reprisa seu papel do filme anterior e ganha ainda mais destaque; Paula Patton é uma agente com sede de vingança; Jeremy Renner, como um misterioso analista com muita habilidade na luta, mostra que pode ser um substituto à altura de Matt Damon na série
Bourne; e ainda há espaço para uma pequena participação de Josh Holloway (o Sawyer de
Lost). Mesmo com todos os pontos positivos, o filme poderia ter um vilão mais interessante, capaz de rivalizar em carisma com Ethan Hunt; o antagonista vivido por Michael Nyqvist não tem a menor empatia, e há momentos que parece totalmente irrelevante para o andamento da trama.
Ressalvas à parte, Missão: Impossível - Protocolo Fantasma é um programão, um verdadeiro espetáculo com o melhor que Hollywood tem a oferecer. Afinal de contas, apesar dos filmes de arte e dramas sensíveis ou chocantes, cinema ainda é a maior diversão.