Abutres

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O cinema argentino mostra a cada ano estar mais forte e competitivo no mercado internacional. Com histórias focadas no cotidiano da sociedade daquele país, nossos hermanos ganham mais admiradores a cada novo filme. O diretor Pablo Trapero (de Leonera) é um dos cineastas mais conhecidos desta safra renovada de criadores. Seu novo filme, Abutres (Argentina, 2010), com lançamento no Brasil marcado para dezembro, foi escolhido para representar seu país na corrida por uma indicação ao Oscar de Filme em Língua Estrangeira. A estatueta mais cobiçada do cinema não é novidade na terra de Gardel: em 2010 o vencedor desta categoria veio de lá. O Segredo dos Seus Olhos arrebatou plateias por onde passou. Mas manter a onda vencedora não é tarefa fácil, e Trapero sabe disso.
É por isso que o diretor fez de Abutres uma pequena obra-prima. Com um ritmo incomum para filmes de temática violenta, Abutres é uma história que vale a pena ser assistida. A trama envolve Sosa (Ricardo Darín, ótimo de novo) um advogado afastado da Ordem por razões nunca explicadas que vive nos hospitais em busca de vítimas de acidentes de trânsito, na ânsia de abocanhar alguns pesos de comissão da indenização das seguradoras. Mas não somente isso: Sosa passou a também simular acidentes para provocar o recebimento destas indenizações. Em uma solução lógica do roteiro, Sosa conhece Luján (Martina Gusman, mulher do diretor) paramédica que trabalha de plantão em plantão, atendendo as vítimas dos acidentes. Ela, uma prisioneira dos plantões; ele, prisioneiro do sistema. O romance dos dois, mesmo sendo o estopim de situações difíceis, é o alívio dramático da trama, que mostra com crueldade pernas quebradas, espancamentos e todo um desprezo pela ética.
Ao não fazer concessões no que diz respeito ao final, Trapero mostra uma força narrativa muito firme, encerrando o filme com um clímax até previsível, mas que traduz tudo o que sua história quis expressar.

2 Comente aqui!:

  1. Mauricio Silva disse...:

    Olá Felipe

    Excelente matéria sobre este filme argentino

    Eu, particularmente, gosto muito de assistir obras cinematográficas fora do circuito "hollywoodiano"

    Ansioso para assistir esta película de nuestros hermanos.

    "O Segredo de seus olhos" foi excelente. Na verdade, levou a segunda estatueta para a Argentina, a primeira foi com "A História Oficial" de Luis Puenzo.

    Provocando o amigo: este ano será que Lula, o filme traz o Oscar para o Brasil?

    Abraços!
    Mauricio Silva

  1. Fala, Maurício! Cara, obrigado pela visita ao blog, volte sempre que quiser. E quanto às chances de Lula, O Filho do Brasil levar o Oscar, meu palpite é que nem mesmo será indicado. Mas se for, não tem chances.

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