Depois de assistir a O Nevoeiro a gente tem que passar um tempo para se recuperar de algumas das imagens mais fortes a serem filmadas na história das adaptações de histórias de terror. Este é um daqueles filmes "ame ou odeie", uma vez que não se trata de uma produção fácil de ser digerida, especialmente pelo seu final, que vai na contramão de tudo o que se espera de um filme sobre o fim (ou seria recomeço?) do mundo.
Depois de uma tempestade muito forte em uma cidade americana do interior que fica próxima a uma base militar, um misterioso nevoeiro se aproxima do lugar. Enquanto a névoa sinistra está chegando, um pai e seu filho vão a um mercado comprar suprimentos, caso a tempestade retorne. O problema começa quando alguma coisa começa a matar qualquer um que esteja dentro do nevoeiro, fazendo com que todos dentro do mercado permaneçam ali mesmo enquanto a situação não é esclarecida.
A direção segura de Frank Darabont (Um Sonho de Liberdade, À Espera de Um Milagre) não apenas respeita a obra original, um conto de Stephen King, como presta uma homenagem de categoria aos filmes B dos anos 1970, recheados de monstros e conflitos mortais entre os personagens assolados pelo medo e pela incerteza.
Além disso, há um paralelo bem claro entre este O Nevoeiro e Ensaio Sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles. Ambos tratam de um apocalipse, e como as pessoas comuns reagem em situações limite, embora o filme de Meirelles passa longe de ser um terrorzão dos bons, como este de Darabont. Há cenas de prender a respiração, gritar de susto, roer as unhas e até comemorar. Talvez por isso este filme se encaixe perfeitamente na minha lista dos melhores filmes vistos por mim este ano.
A conclusão que chegamos depois de assistir aos dois filmes é a de que o ser humano não resiste ao sentimento mais paralisante e modificador que existe: o medo. E isso nos assusta.
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