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Mais estranho que a ficção

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Harold Crick é um cara comum. Trabalha como fiscal de impostos na Receita Federal americana, é solteiro, tem uma rotina inabalável, até descobrir que sua vida está sendo escrita, que é um personagem em um romance. Ele começa a ouvir a narração de sua própria vida! Mais estranho que a ficção é um filme estranho não apenas no nome. Possui uma originalidade em sua trama estranha no cinema do século XXI, é protagonizado por um ator estranho ao gênero "dramédia", Will Ferrel (mais habituado a comédias escrachadas e escatológicas) e é estranhamente atraente! Quanto mais tempo passamos no mundo de Harold Crick, mais nos envolvemos em sua vida, nos identificamos com ele (somos pessoas comuns, temos empregos comuns, vivemos vidas comuns). No entanto, o livro (ou filme) de sua vida ainda nos reserva algumas surpresas: acontece que a autora da vida de Harold, vivida por Emma Thompson, sempre mata seus protagonistas no final. Uma pergunta é suscitada: será esse o fim do filme? E para piorar a apreensão do espectador, Harold acaba de se apaixonar por uma das pessoas que ele fiscaliza: uma padeira (Maggie Gylenhaal) cuja ideologia se resume em desobedecer deveres civis, como o pagamento do imposto de renda.



Mais estranho que a ficção é envolvente, apaixonante e.. estranho. Mas, afinal, quem não é?

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Candidatos a políticos, mas ainda cidadãos

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Daqui a um ano as eleições municipais voltarão a ocupar o noticiário e as mentes de cada pessoa no Brasil. Por ser uma eleição limitada à área de cada cidade, esta é a disputa mais acirrada que existe na democracia brasileira. Ou não, já que na maioria das cidades o vencedor é escolhido dentre poucos, aqueles que mandam na política local, o que enfraquece a democracia e ajuda a manter uma política falsa, baseada nos favores prestados, que funciona assim: vereadores têm a função de ajudar a população, dando dinheiro para comprar remédios, botijão de gás, pagar energia e água, etc., enquanto que o prefeito é quem possui a responsabilidade de zelar pela cidade, sempre embolsando um bom dinheirinho das obras públicas e de outras fontes (recursos federais, por exemplo).
Diante deste quadro totalmente às avessas, encontram-se aqueles cuja vontade é a de real transformação, conscientes de que política é feita por pessoas comuns, cidadãos reais, gente que trabalha, que luta pelo pão de cada dia, que zela por sua vida e pela de seus queridos com sacrifício, que experimenta as mazelas e alegrias da vida na mesma medida. Gente que realiza coisas inacreditáveis com o pouco que ganha, mas continua sorrindo, feliz porque tudo o que tem é obtido de modo limpo. São essas pessoas que precisam estar na política. Não políticos profissionais, mas representantes genuínos da população, cansados de tanta decepção, fartos de tanta ladroagem, fraudes, CPIs, votações parlamentares secretas, relações ilícitas, leniência com o crime.
São essas pessoas, candidatos a políticos, mas ainda cidadãos, que merecem a chance de tentar moralizar a política, afim de restaurar lemas milenares, como Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Utopia? Talvez sim. Mas enquanto eu viver, prefiro acreditar a jogar a toalha. Que este seja o anseio de todo brasileiro, desejoso de dias melhores.

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