
Mas uma coisa que me chamava atenção nos vinis era a possibilidade que cada cantor ou banda tinha de mostrar algo além dos óbvios hits radiofônicos. No bolachão havia o lado B, onde o artista colocava aquelas músicas que ele gostava muito, mas que não tinham potencial para tocar nas rádios. O lado B representava uma saída artística utilizada e amada com afinco pelos intérpretes das canções. O lado A era um chamariz para o público, que comprava o disco para ouvir o sucesso do momento, mas acabava se deparando com o lado B, que era a chance para o fã conhecer quem era seu ídolo verdadeiramente, sem vernizes técnicos, sem preocupações em agradar o mercado, apenas ele de corpo e alma.
A vida também tem seu lado B. Cada um de nós temos este outro lado, melhor, mais livre, sem amarras profissionais ou técnicas. Neste nosso lado B não precisamos ser alguém que exista só para agradar os outros, os ouvintes da vida. Podemos ser realmente felizes enquanto artistas do palco da existência. Quem dera vivêssemos sempre no lado B! Sem pressões, sem exigências, somente nós mesmos, amando, escrevendo, agindo, cantando, dançando, correndo, sorrindo, chorando, orando. Simplesmente nós.
E quem nos amou primeiramente pelos nossos grandes sucessos, quando descobrir que somos pessoas comuns, com muitos defeitos (afinal não passamos por nenhum processo mercadológico) mas também repletos de virtudes, continuará amando. Afinal, o lado B é bem, bem melhor que o lado A.
Olá Filipe!
Devo falar que concordo sobre os discos de vinil. Uma outra coisa que acrescento é que o vinil é bem mais verdadeiro que os discos recentes cheios de "correções" computadorizadas que fazem gente sem nenhum potencial vocal parecer até que sabe cantar! :S
E sobre o lado B, todos temos realmente um lado B, o mais verdeiro, aquele que pode ser realmente amado.
Beijos,